Muito comum em pessoas acima de 60 anos, a sarcopenia é uma doença muscular progressiva que, por muitas vezes, é vista como algo decorrente do processo de envelhecimento. Caracterizada pela perda de massa muscular e força, a condição está diretamente associada ao sedentarismo e à má alimentação. Conforme dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a condição costuma atingir homens e mulheres já a partir dos 40 anos, idade na qual a perda muscular acontece em torno de 3 a 5% por ano.
“Isso acontece devido à inatividade física e à dificuldade que os idosos geralmente têm em consumir uma boa quantidade de proteína na dieta. Além disso, tanto a idade avançada quanto outras doenças crônicas, que frequentemente acometem esse público, podem desencadear um processo inflamatório crônico, ocasionando uma degradação gradativa no tecido muscular esquelético”, explica a nutróloga e professora do curso de Medicina da Universidade Salvador (UNIFACS), Ananda Menezes.
A especialista diz que condições médicas crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares, osteoporose e doenças pulmonares, podem influenciar diretamente no diagnóstico da síndrome, contribuindo para um declínio funcional global e fragilidade do idoso. “As comorbidades crônicas atuam como gatilho desencadeador da sarcopenia, em virtude da cascata inflamatória presente nessas condições, por meio da liberação de citocinas que podem degradar o tecido muscular saudável”, destaca a professora.
Ananda Menezes lembra que a presença dessas comorbidades prejudica a capacidade física, cardiovascular e respiratória dos idosos, de modo a atrapalhar a prática regular de exercícios físicos e, consequentemente, influenciando e acelerando o processo sarcopênico.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico clínico da sarcopenia é considerado relativamente simples, podendo ser feito por meio de consulta com um médico clínico ou geriatra. Além disso, alguns exames de imagem podem auxiliar, dentre eles está a Densitometria Óssea e Corporal, exame que busca avaliar toda densidade óssea e porcentagem de massas magra e gorda do paciente.
Conforme Ananda Menezes, a condição é altamente prevenível, contudo, ainda é subdiagnosticada e pouco tratada. “Ela influencia diretamente na qualidade de vida dos pacientes acometidos, devendo, portanto, ser vista com mais atenção para uma prevenção e tratamento efetivos”, reforça.
Já o tratamento da doença pode ser dividido em três passos fundamentais: a prática diária de exercícios físicos, uma boa alimentação e o acompanhamento profissional regular.
Prevenção
A professora aponta que a melhor forma de prevenir a sarcopenia é se manter ativo fisicamente, especialmente com treinamentos de força (exercícios resistidos). Em paralelo, é necessário acrescentar à rotina o consumo de um bom aporte proteico, que pode variar de 1 a 2g de proteínas/kg/dia.
“Para as pessoas com dificuldade em digerir ou em consumir as proteínas em sua forma natural, é aconselhado o uso de suplementos proteicos em pó, a exemplo do whey protein e da creatina, contudo, sempre sob orientação profissional”, alerta a professora da UNIFACS, cujo curso de Medicina é parte integrante da Inspirali.