Seja em cartelas de comprimidos ou frascos, o descarte de medicamentos de maneira inadequada pode causar prejuízos ao meio ambiente. Isso porque o despejo incorreto pode causar uma contaminação do solo e dos lençóis freáticos e, consequentemente, oferecer riscos à saúde pública.
Farmacêutica e coordenadora adjunta do curso de Farmácia da Universidade Salvador (UNIFACS), Cristiane Metzker explica que esse descarte indevido também pode contaminar alimentos, como frutas, legumes e verduras. “Imagina você descartar um antibiótico de qualquer jeito e ele contaminar o solo. Essas moléculas podem ser levadas até os alimentos, que serão contaminados e depois ingeridos”, diz.
O caminho correto dos medicamentos após o seu vencimento não é o lixo tradicional, nem a descarga do vaso sanitário. Uma portaria de 2020, publicada pelo Governo Federal, regulamenta o descarte correto: ele deve ser realizado nas principais farmácias e drogarias da sua cidade.
“Existem farmácias que fazem essas coletas, porque esses medicamentos vencidos serão incinerados e destruídos. Dessa forma, não há riscos de contaminação do solo ou da rede de esgoto. Então, a gente não pode descartá-los em qualquer lugar”, reforça a professora da UNIFACS, que integra o ecossistema Ânima.
Conforme a legislação, farmácias e drogarias precisam disponibilizar ao menos um ponto de recebimento fixo a cada 10 mil habitantes. Além disso, até o final de 2024, todas as capitais e municípios com população acima de 500 mil habitantes devem possuir pontos de coleta.
Automedicação
A farmacêutica alerta, ainda, para os perigos do uso de medicamentos sem prescrição médica, sob o risco de não respeitar a dose ou os intervalos corretos. “Se você toma medicamento demais, ele pode se tornar tóxico. Além disso, as substâncias podem interagir com outros medicamentos que você tenha ingerido, potencializando a ação de um ou inativando a ação do outro”, ressalta Cristiane Metzker.
Por isso, ao sentir qualquer sintoma incomum, é preciso buscar orientação médica. “Evite a automedicação e siga corretamente as recomendações dadas pelos profissionais de saúde”, orienta a professora.