Mais do que um problema estético, o surgimento de mofo pode representar sérios riscos à saúde. Presente em ambientes úmidos e mal ventilados, o mofo é um tipo de fungo cujos esporos, quando inalados, podem desencadear reações alérgicas e irritações nas vias respiratórias, como tosse, espirros, congestão nasal e até crises de asma. Em casos mais graves e prolongados, a exposição ao fungo pode agravar condições respiratórias pré-existentes e aumentar o risco de infecções como pneumonia.
Indivíduos com sistema imunológico comprometido, como crianças pequenas, idosos, gestantes e pessoas com doenças respiratórias crônicas (como a asma) são mais suscetíveis aos efeitos nocivos do mofo. Esses grupos devem estar especialmente atentos aos sinais de alerta e tomar medidas preventivas.
Médico pneumologista e professor do curso de Medicina da Universidade Salvador (UNIFACS), Marcelo Chalhoub lembra que os pacientes mais vulneráveis à presença de mofo são aqueles que já possuem alergias prévias. “Essa sensibilidade pode se manifestar em sintomas como congestão nasal, coriza e espirros e pode agravar condições como rinossinusite, especialmente em pacientes asmáticos. Nestes casos, há um risco significativo de piora do quadro respiratório, levando a crises graves que necessitam de internação e, em casos extremos, podem resultar em óbito”, destaca.
Sinais de alerta importantes
É importante buscar ajuda médica sempre que houver um aumento significativo na congestão nasal, especialmente se o paciente não tiver orientação prévia sobre como lidar com isso. No entanto, o que causa maior preocupação em termos de morbidade e, eventualmente, mortalidade, são os casos de asma. Sintomas como falta de ar, chiado no peito e dificuldade para respirar são sinais de alerta importantes que indicam a necessidade de consultar um médico imediatamente.
“É crucial destacar que a baixa saturação de oxigênio, muitas vezes verificada com um oxímetro, não deve ser o único critério para procurar ajuda médica. Esperar até que a saturação de oxigênio esteja baixa pode ser tardio. É essencial buscar assistência médica assim que os sintomas respiratórios se intensificarem, independentemente da saturação de oxigênio”, frisa o professor de Medicina na UNIFACS, cujo curso é integrante da Inspirali.
Como evitar mofo
Para prevenir o surgimento do mofo, é fundamental entender como esses fungos se desenvolvem e se propagam. Mestre em Engenharia Civil e professor do curso de Engenharia da Universidade Salvador, Luciano Conceição enfatiza que o mofo prospera em ambientes com alta umidade e temperatura. Portanto, locais que apresentam essas condições são propícios para seu crescimento. Reduzir a umidade é uma medida preventiva eficaz contra a proliferação desses microrganismos.
“É essencial que as construções sigam as prescrições normativas da NBR 15575, que abordam a estanqueidade à água, no qual englobam umidade ascendente do solo, percolação de umidade entre ambientes internos da edificação e infiltrações de água da chuva. O cumprimento dessa norma é essencial para mitigar os problemas relacionados ao mofo e garantir um ambiente mais saudável”, explica o engenheiro.
Ele diz que, se a construção não cumprir essas normas e não empregar materiais que resistam a esses microrganismos, como revestimentos com alta porosidade ou sem agentes de proteção adequados, o problema pode persistir.
Em geral, resolver o problema de mofo envolve eliminar suas causas principais, que frequentemente estão relacionadas a infiltrações ou à falta de adequada incidência de luz solar e ventilação nos ambientes residenciais. Para limpá-lo, recomenda-se o uso de solução de água e cloro.