A mostra Paulo Whitaker – Solavanco, ou entre o cético e o racional e o místico e sensível será aberta nesta próxima quinta-feira, dia 25 de julho, às 19h30, na Alban Galeria. Trata-se da segunda exposição desse conceituado artista paulista na Alban, desta vez reunindo pinturas e desenhos que convergem para uma nova abordagem artística. Whitaker ocupa um espaço singular na produção contemporânea brasileira, sendo um artista de renome internacional, com presença em bienais e obras espalhadas por vários países. A mostra permanecerá aberta ao público de 26 de julho a 31 de agosto.
Segundo Paulo Whitaker, as obras dessa mostra atestam a natureza imprevisível do seu trabalho. Como ele observa, o uso do stencil e das “máscaras” de papel é marcado por uma “inserção abrupta”, que se reforça com as próprias características de sua criação: “Sempre trabalhei no chão, fazendo pinturas que vão sujando, ficando menos limpas, manchadas, deixando aparente o processo criativo. Tudo o que a pintura passou até chegar a um resultado final fica registrado na criação. Não tenho ímpeto de esconder isso. Tudo é explicito. O uso do papel na feitura das máscaras facilita essa exposição criativa, levando aos contornos imprecisos do que pretendo evidenciar”, explica o artista, lembrando que “hoje em dia me sinto muito a vontade para revisitar o meu trabalho de 30 anos atrás, trabalhando em cima disso, ainda que com o necessário distanciamento”.
Artista renomado
Whitaker pode ser identificado, de certa maneira, como um integrante da Geração 80 que reivindicou um retorno à pintura, como resposta ao conceitualismo em voga até então. Ainda que estivesse geograficamente distante de nomes como Beatriz Milhazes, Daniel Senise, Leda Catunda, Luiz Zerbini e mais, o artista partilhava do mesmo senso de vocação quase única e exclusiva à prática pictórica, entendendo a pintura como um ofício diário, digno tanto de densas articulações teóricas quanto de um modelo de trabalho que o exigia (e ainda exige), rigor, dedicação plena e integral a este fazer artístico.
Em seu processo, Whitaker encara a superfície da tela como um plano livre, onde formas, cores e demais elementos aparecem ao longo da feitura da obra, sem que o artista estabeleça um pensamento prévio ou defina pragmaticamente um resultado já pensado para o trabalho artístico. Em sua vasta trajetória, o artista tem sido radicalmente fiel à ideia de um processo de trabalho que viu, ao longo das décadas, o surgimento de cores mais vibrantes tomarem suas telas, ainda que tenha seguido fiel à ideia de um percurso de realização que se assemelha a uma constante resolução dos “problemas” que estas vão lhe apresentando, conforme as pinta, em seu ateliê.
Paulo Whitaker
Nascido em São Paulo em 1958, o pintor e desenhista Paulo Whitaker formou-se em Educação Artística na Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina – Udesc/SC, em 1984. Entre 1991 e 1992, tornou-se artista residente no Plug In, em Winnipeg, no Canadá, em E-Werk Freiburg na Alemanha e em 1999 no The Banff Centre for the Arts, também no Canadá. Neste mesmo ano participou da exposição Arte Contemporânea Brasileira sobre Papel no MAM, em São Paulo.
Ao longo de sua trajetória, Whitaker participou de importantes eventos internacionais, como a 3ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre; a Biennale de Montreal/Canadá, e a Bienal Internacional de São Paulo. Em 1993, recebeu o Prêmio Gunther de Pintura do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, em 1998, no VI Salão Nacional Victor e o Grande Prêmio no Museu de Arte de Santa Catarina.
Recentemente, Whitaker participou das exposições: 2024- A Maior Metade, com Virgílio Neto, Galeria Index, Brasília; 2022-Uma Mão Lava a Outra, Olhão SP, collab Virgílio Neto, curadoria Antônio Lee e, no mesmo ano, Pequenas Pinturas, Auroras SP, curadoria Ricardo Kugelmans e Pollyana Quintella em 2021-Setas e Turmalinas, Casa de Cultura do Parque, curadoria Gisela Domschke.
As obras de Paulo Whitaker estão em acervos de importantes instituições e museus como: Museu de Arte de Santa Catarina – MASC, Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, MAC/USP, Museu de Arte Contemporânea do Paraná – MAC/PR, Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Älvares Penteado – MAB/Faap, Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre outros.
Serviço:
Exposição: Paulo Whitaker – Solavanco, ou entre o cético e o racional e o místico e sensível.
Abertura: 25 de julho/2024, 19h30
Período da exposição: 26/07 – 31/08/2024
Visitação: segunda a sexta, 10h às 13h; 14h às 19h – sáb, 10h às 13h.
Alban Galeria Rua Senta Pua, 53 – Ondina – Salvador – Tel: (71) 3241-3509 | 3014-2549