O semblante frustrado era compreensível. Mais uma vez em Paris 2024 Ana Sátila se dividia entre um resultado histórico para o Brasil e a decepção pessoal por ver o pódio olímpico escapar. Nesta quarta-feira, 31, a canoísta terminou a disputa do C1 feminino em quinto lugar, cinco posições à frente do recorde anterior, dela mesma, de Tóquio 2020.
“Não estou feliz. Estava me sentindo muito bem, muito preparada. Tinha uma equipe gigante do meu lado, lutando dia e noite para que eu estivesse aqui na minha melhor forma, e eu estava. Infelizmente não consegui essa medalha. Ainda estou assimilando tudo o que aconteceu, mas estou orgulhosa por ter colocado tudo o que eu podia dentro dessa competição. Claro que não foi o que eu queria, mas é analisar o que aconteceu, descansar e me preparar para a última categoria que eu tenho”.
No primeiro dos três eventos em que estava inscrita, no dia 28, Ana chegou ainda mais perto, com um quarto lugar histórico no K1. Mas a brasileira terá uma nova oportunidade de conquistar a sonhada medalha olímpica em Paris 2024. Na sexta-feira, 2, começa a disputa do caiaque extremo, modalidade mais radical do programa da canoagem nos Jogos Olímpicos. A final desta prova será no dia 5 de agosto.
Ana sofre penalização e termina em quinto lugar
Na semifinal, Ana Sátila fez uma prova excelente. Mesmo cometendo uma falta na porta 21, de remonta, e sendo penalizada em dois segundos, somou levou 109.88. A marca era mais do que suficiente para levá-la a mais uma final olímpica, sendo a quinta no geral, mais lenta apenas do que as da tcheca Gabriela Satkova, da australiana Jessica Fox, de Monica Villarubla, de Andorra, e da eslovaca Eva Alina Hocevar. A brasileira celebrou bastante ao ver o tempo no telão.
Ana seria a oitava a largar na descida decisiva. Um toque ainda no começo, na quinta porta, acrescentou dois segundos ao tempo final e a deixou a situação difícil. A brasileira se esforçou muito contra a correnteza, mas não conseguiu um trajeto tão limpo quanto na semi. Com 112.70, viu imediatamente que a medalha não seria possível, pois já estava na quarta colocação.
Das quatro adversárias que faltavam descer, a única a superar a marca de Ana foi a australiana Jessica Fox, que se sagraria bicampeã olímpica do C1 com impressionantes 101.06. A alemã Elena Lilik ficou com a prata (103.54), e a americana Evy Leibfart foi bronze (109.95). A brasileira encerrou a participação no slalom em quinto, atrás ainda da eslovaca Zuzana Pankova.