As seis pessoas desaparecidas no naufrágio do iate de luxo na costa da Sicília, na Itália, podem estar presas em bolsões de ar dentro do casco da embarcação que afundou na última segunda-feira (19) durante uma tempestade.
As informações são do jornal britânico The Telegraph. Nick Sloane, engenheiro que já trabalhou no resgate do Costa Concordia, apontou que a possibilidade apesar de rara é real.
“Em casos assim, os bolsões de ar podem se formar dentro do barco, mas as equipes de resgate têm uma janela muito pequena, de pouco mais de 24 horas, para salvar essas pessoas com vida”, explicou.
O iate de luxo está a 50 metros de profundidade e os mergulhadores enfrentam desafios para explorar o local em função do curto tempo que poder ficar submersos. Com o equipamento, eles conseguem permanecer no máximo 12 minutos debaixo d’água.
QUEM SÃO OS DESAPARECIDOS?
Segundo o jornal italiano La Repubblica, os desaparecidos são Mike Lynch, empresário da área de tecnologia conhecido como “Bill Gates britânico”, e sua filha Hannah Lynch; o advogado Chris Morvillo, com a esposa Neda; e Jonathan Bloomer, presidente do banco Morgan Stanley International, e a esposa Judy Bloomer, ex-diretora da empresa de desenvolvimento imobiliário Change Real Estate. Entre os 15 resgatados com vida, nove eram tripulantes da embarcação, e os demais foram convidados por Lynch e sua esposa, Angela Bacares. O cozinheiro do iate morreu no naufrágio.
Lynch travava, há uma década, uma batalha judicial após vender a gigante americana Hewlett-Packard, por US$ 11 bilhões (cerca de R$ 59 bilhões). Acusado de fraude, ele corria risco de ser condenado a até 20 anos de prisão, mas em junho foi absolvido. Segundo o pai de uma das sobreviventes, a trágica viagem foi marcada para comemorar o sucesso do julgamento.
RESGATE DE UMA CRIANÇA DE 1 ANO
Charlotte Golunski, de 36 anos, que sobreviveu ao acidente, relatou os momentos de pânico para salvar a filha de 1 ano. Segundo o jornal italiano Corriere Della Sera, via O GLOBO, Charlotte relembrou que estava dormindo com a família quando foi acordada por trovões e pelo balanço constante do superiate causado pelas fortes ondas.
“Uma corrida para o desastre porque havia um inferno e eu e meu marido lutávamos para nos sustentar. Eu a segurei flutuando com todas as minhas forças, meus braços esticados para cima para evitar que ela se afogasse. Estava tudo escuro. Na água, eu não conseguia manter meus olhos abertos. Gritei por ajuda, mas tudo que eu conseguia ouvir ao meu redor eram os gritos dos outros”, conta Charlotte.
Ela, a filha e o marido eram três das 22 pessoas a bordo do superiate de luxo. Segundo depoimento da mulher à imprensa local, todos eram colegas e colaboradores na empresa de Lynch.
O seu reencontro com o marido só foi acontecer horas depois do acidente, em um pronto-socorro localizado na comuna italiana de Palermo. O naufrágio de superiate teve como vítima uma pessoa e seis ainda seguem desaparecidas.
Bahia Notícias