Conhecida como a estação das flores, a primavera também é um período em que o número de doenças respiratórias, como rinite, bronquite e asma, tendem a apresentar um aumento. A polinização das plantas e as mudanças climáticas nessa época são os principais fatores que contribuem para o aumento da incidência dessas doenças. Assim, quem sofre com esses problemas deve redobrar o cuidado, entre os meses de setembro e dezembro.
“A inalação de pólens provoca reações inflamatórias nas vias aéreas de alguns indivíduos predispostos ou com doenças respiratórias crônicas prévias. Assim, pessoas que residem próximas a regiões arborizadas ou que tenham contato com gramíneas tendem a sofrer mais com o problema”, diz o otorrinolaringologista e professor do curso de Medicina da Universidade Salvador (UNIFACS), Helissandro Coelho.
A melhor medida preventiva contra crises alérgicas, de acordo com o especialista, é evitar a exposição aos aeroalérgenos, como poeira, bolor, gramíneas, flores, fumaça e poluição. “Outra orientação importante é a lavagem nasal regular com soro fisiológico, que remove o contato dos alérgenos com a mucosa nasal e reduz as crises. Além disso, aumentar a ingestão de água nesse período também é recomendado”, sinaliza o professor da UNIFACS, cujo curso de Medicina é parte integrante da Inspirali.
As medidas preventivas podem ser reforçadas por todos, mas especialmente pelos grupos mais suscetíveis a doenças respiratórias nesta estação, como os pacientes alérgicos e com doenças respiratórias crônicas, tais como asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), rinossinusite crônica e polipose nasal. Helissandro Coelho também lembra que manter cuidados gerais de saúde, como boa alimentação, hidratação, atividade física e sono adequado é essencial para a proteção do organismo.
Alergia sazonal ou infecção respiratória?
Uma dúvida comum neste período é sobre como diferenciar os sintomas de uma alergia sazonal da primavera de uma infecção respiratória, como resfriados ou sinusites bacterianas, uma vez que os dois problemas possuem sintomas parecidos e que podem se confundir, tais como: espirros, coriza, congestão ou obstrução nasal e coceira no nariz e/ou na garganta. Em caso de pacientes asmáticos, a crise alérgica pode desencadear, também, falta de ar, tosse seca persistente e chiado no peito.
Conforme, o otorrinolaringologista, é importante que o paciente observe se há a presença de sintomas mais sistêmicos comuns para as infecções respiratórias, como febre, prostração, dor local ou no corpo, adinamia (fraqueza muscular), inapetência, presença de secreção catarral, entre outros sinais de quadro infeccioso.
“Nesse período, as pessoas com histórico de doenças respiratórias durante a primavera ou que estejam no grupo de risco devem manter visitas médicas regulares para o controle da doença e melhoria da qualidade de vida. Muitas vezes é necessária uma equipe multiprofissional composta por otorrinolaringologista, pneumologista e alergologista para o tratamento e acompanhamento do indivíduo alérgico”, finaliza o médico ao alertar: “evite sempre a automedicação”.