A robótica pode parecer um universo distante, mas está mais perto do que muitos imaginam. Apesar de avançar a passos ainda lentos no Brasil, há jovens brasileiros brilhantes que se destacam em competições como o Torneio Regional de Robótica FIRST LEGO League (FLL) Challenge e a seletiva do programa F1 in Schools, realizados durante o I Festival SESI de Ciência, Tecnologia e Inovação. O evento acontece na Escola SESI Djalma Pessoa, em Piatã, nos dias 13 e 14 de dezembro. A programação é aberta ao público, que pode não apenas assistir aos torneios, mas também participar de oficinas gratuitas de robótica e interagir com robôs.
A modalidade FIRST LEGO League Challenge é a porta de entrada para o mundo da robótica. Ela desafia estudantes de 9 a 15 anos a desenvolverem soluções inovadoras, construindo robôs 100% feitos de LEGO, programados para cumprir uma série de missões. O tema “Submerged” da temporada 2024 foca no oceano, exigindo que as equipes encontrem formas criativas e robóticas para resolver problemas ambientais marinhos. Os melhores da etapa regional serão selecionados para o torneio nacional e disputarão a chance de representar o país no campeonato mundial.
Recorde de inscrições – Nos dois dias de evento, a Escola SESI Djalma Pessoa se prepara para receber o maior FLL já realizado na Bahia, com um número recorde de 51 equipes inscritas, vindas de 16 cidades. Cerca de 383 alunos “marujos” e 100 técnicos “capitães” compõem as equipes que irão “navegar pelos cinco oceanos”. Embora a competição envolva alta complexidade, a maioria dos competidores são estudantes do Ensino Fundamental II, na faixa etária de 11 a 14 anos, oriundos tanto de escolas particulares quanto públicas. Isso reflete o grande potencial das novas gerações brasileiras de robótica, que mostram ser possível transformar a realidade por meio do conhecimento.
Para Fernando Didier, líder técnico de Robótica Educacional do SESI Bahia e coordenador do Torneio de Robótica, a troca entre as equipes é um dos principais aspectos transformadores da robótica. “Essa troca permite com que os alunos consigam se espelhar em outros alunos, o que é muito rico. Eles percebem que são capazes de superar primeiro a si próprio, com suas dúvidas e medos, e depois, com a ajuda da sua equipe, desenvolver um trabalho em que um complete o outro”, avalia.
“No torneio nacional são 100 equipes, e só aqui temos 51 equipes inscritas, então é um desafio enorme. Vemos que a Bahia está, cada vez mais, consolidando o número de equipes participantes do torneio e o tanto de oportunidades que a robótica oferece. Estamos com uma faixa etária muito interessante, de 9 a 15 anos, o que significa que tem uma safra nova de alunos começando bem cedo e que vão ter uma longevidade de mais 4 a 5 anos na robótica. Eu tenho absoluta certeza de que esses serão alunos muito diferenciados, não só para o seu colégio, mas para eles mesmos e para a sociedade”, conclui Didier.
Fernando Moutinho, gerente de Educação Científica e Tecnológica do SESI Bahia, acrescenta que o objetivo do SESI é fazer com que os estudantes possam vivenciar ciência e a tecnologia de forma lúdica e interativa. “Esta é a essência do Festival SESI, que aposta na ludicidade e na cultura maker para despertar em crianças e adolescentes o gosto pela ciência e tecnologia, tornando a experiência de aprender mais estimulante e divertida”.
Robótica para todos – Uma das várias iniciativas do SESI Bahia para tornar a ciência mais acessível no estado é o apadrinhamento de escolas públicas baianas, que são contempladas com o fornecimento de kit de robótica, mesa de competição, assessoria técnica e o treinamento de professores para ensinar robótica em sala de aula. A partir deste apoio, viabiliza-se a participação de instituições da rede pública nos torneios, assim como gera a descoberta de jovens talentos que muitas vezes só precisam de uma oportunidade para brilhar.
Na temporada Submerged, entre as equipes apadrinhadas estão a BYTE LEGO (Colégio Municipal Cívico-Militar CAIC Misael Aguilar), de Juazeiro, OCTO FLOWER (Escola Municipal Professora Josefina Teixeira de Azevedo), de Guanambi, ROBÔFENIX (Centro Educacional Murilo Coelho Cavalcanti), de Alagoinhas, e ESTELITECH (Escola Municipal Estelita Eusébia Santiago), de Vera Cruz. Já as equipes de Salvador são 5PIRAIOS (Escola Municipal de Itacaranha Manuel Faustino), do Bairro de Itacaranha, LOBATO QUE TRANSFORMA (CMEI Mário Altenfelder), do Lobato, e FLASH LIGHT (Colégio Estadual Mestre Paulo dos Anjos), do Bairro da Paz.
Durante o evento, visitantes poderão conhecer projetos de alto nível idealizados por crianças e adolescentes, explorando o conceito STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). Um exemplo é o robô da equipe OCTO FLOWER, que simula uma tartaruga mãe, capaz de liberar mini robôs “filhotes” para coleta precisa de dados submarinos, contribuindo para pesquisas sobre a acidificação dos oceanos.
“O robô permite uma maior facilidade na identificação do nível de acidez dos oceanos, além de integrar tecnologias de GPS e câmeras inteligentes para operar em um raio extenso e em condições desafiadoras. Houve algumas dificuldades no processo, mas ajudou os alunos a estarem mais estimulados, curiosos, atentos, criativos e a trabalharem melhor em equipe. Enquanto técnica e professora de robótica, estou orgulhosa e vejo como eles estão muito engajados e focados a correr atrás de patrocínios e soluções inovadoras para ver o mundo para além do que já conhecem”, comenta a técnica da OCTO FLOWER, Emilly Hervennys Teixeira Fernandes.
Para o membro da equipe OCTO FLOWER, Thalisson Caio Ribeiro Santos, de 14 anos, a ciência é algo que desperta seu interesse desde pequeno. “É a minha primeira e última vez participando, já que estou no limite da idade permitida, o que faz essa temporada ser mais importante ainda para mim. Quando eu estava no Fundamental I, na feira de ciências da escola, acompanhei a criação de um robô movido a energia solar e isso me atraiu para a robótica e, posteriormente, me permitiu fazer os meus próprios robôs. Gostaria e planejo trabalhar com isso no futuro, e com o projeto de inovação, esse desejo só aumentou”, afirma.
F1 in Schools – Em meio às diversas atrações do I Festival SESI CTI, acompanhar corridas de Fórmula 1 é uma delas, porém não do jeito convencional. Desta vez, trata-se da competição F1 in Schools que, desde 2019, encoraja estudantes de 9 a 19 anos da rede SESI a criar uma empresa júnior, modelar uma réplica de carro de Fórmula 1, além de administrar uma escuderia e captar patrocinadores para competir em uma pista de corrida em miniatura. Quando o assunto é robótica, o SESI está sempre à frente na linha de chegada e, este ano, inclusive, embarcou a equipe Sevenspeed entre as três escuderias brasileiras classificadas para disputar o mundial que será na Arábia Saudita.
Meu primeiro robô – Com atividades para todas as idades, o festival traz oficinas com experimentações de robótica e exercícios de raciocínio lógico que o processo de construção de um robô envolve. As inscrições serão realizadas no próprio evento e acontecem dentro do BUZU TEC, um ônibus itinerante totalmente decorado de forma lúdica para criar uma experiência imersiva e pensado para levar a robótica até as escolas públicas. O espaço acolhe todos aqueles interessados em ter o primeiro contato com esse mundo e ver na prática as etapas da programação de um robô, bem como interagir com robôs em exposição.
Sobre o Festival SESI – Realizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI) da Bahia através da Escola SESI Bahia, o festival pioneiro tem dois objetivos claros: contribuir para o fortalecimento da educação científica e tecnológica do estado, ao tempo que cria um ambiente convidativo para expor projetos bem sucedidos de estudantes e pesquisadores de iniciação científica da Rede SESI de ensino e de outras instituições públicas e privadas de educação.
“Educação é um dos focos de atuação do SESI Bahia e ao realizar o Festival SESI de Ciência, Tecnologia e Inovação o objetivo é extrapolar para toda a sociedade as experiências que são desenvolvidas intramuros nas nossas escolas, as do SESI, mas também as escolas das redes públicas e particular da Bahia. Pensamos para Salvador um evento que traga um novo foco para a educação e que também funcione como uma oportunidade de lazer, informação e aprendizado lúdico para o calendário da cidade”, defende Armando da Costa Neto, diretor superintendente do SESI Bahia.
SERVIÇO
I Festival SESI de Ciência, Tecnologia e Inovação
Quando: 13 e 14 de dezembro
13/12 (sexta-feira) – 9h às 18h
14/12 (sábado) – 9h às 15h
Onde: Escola SESI Djalma Pessoa
Endereço: Av. Orlando Gomes, 1737 – Piatã, Salvador – BA, 41650-010
Entrada gratuita
Retirada de Ingressos: Sympla ou no Local
Dia 13: https://www.sympla.com.br/
Dia 14: https://www.sympla.com.br/
Estacionamento: Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) – Endereço: R. Dep. Paulo Jackson, 869 – Piatã. *Vans de translado para o festival partindo a cada 5 minutos
Estacionamento e translado gratuitos
Site Oficial: https://www.festivalsesi.com.