O setor de base florestal na Bahia se uniu para criar, em 2004, a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) que tem como meta primeira contribuir para que o setor que representa se desenvolva sobre bases sustentáveis, seja do ponto de vista econômico, ambiental ou social. A cada ano cresce a influência da ABAF que mantém representações em mais de 40 conselhos e entidades estaduais e federais. Agora em agosto a associação passou a contar também com a parceria da Two Sides que, em nível nacional, já conta com o apoio da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).
Two Sides é uma organização global, sem fins lucrativos, criada em 2008 na Inglaterra por membros das indústrias de florestas plantadas, celulose, papel e comunicação impressa. Promove a produção e o uso responsável da impressão e do papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização desse recurso. “O papel, o cartão e o papelão, por serem provenientes de árvores cultivadas e gerenciadas de forma sustentável, é um meio de comunicação excepcionalmente poderoso, de fonte renovável, reciclável e biodegradável. Contar com a ABAF como membro institucional de Two Sides Brasil é, com certeza, de extrema importância para a consolidação das informações sobre o tema”, afirma Fábio Mortara, CEO de Two Sides Brasil.
Graças às ações de Two Sides, a percepção dos consumidores de que o papel é sustentável, produzido a partir de árvores cultivadas e de papéis reciclados vem aumentando. No entanto, ainda há muito desconhecimento em relação à sustentabilidade da cadeia produtiva do papel. Por conta disso, Two Sides realiza campanhas para divulgar mensagens que ajudam a combater equívocos, mitos e dúvidas sobre o papel e seu impacto no meio ambiente.
Com o apoio de veículos de comunicação, inclusive baianos, a Two Sides está promovendo no Brasil a campanha “Love Paper” que já recebeu o equivalente a 3 milhões de euros em espaço publicitário em revistas e jornais de outros quinze países. No Reino Unido, por exemplo, participam os jornais The Times, Metro, The Guardian, The Economist e Daily Mail, assim como revistas de grande circulação, que juntos têm uma audiência diária de mais de 10 milhões de leitores.
De acordo com Fábio Mortara, nunca houve uma preocupação tão disseminada como agora sobre as credenciais ambientais dos produtos e materiais que usamos. “Esse debate levou mais pessoas a entenderem que o papel pode ser uma escolha ambientalmente correta para leitura, comunicação e soluções de embalagem, mas ainda existe uma falta de entendimento e uma subvalorização significativa sobre o quão sustentável são o papel, o papelcartão e o papelão”, afirma Mortara.
Para a ANJ – Associação Nacional de Jornais, a iniciativa de Two Sides tem um papel relevante na defesa da comunicação impressa e, por isso, o segmento dos jornais tem buscado apoiá-la e difundi-la. “A campanha deste ano está ainda mais forte por conta do seu visual e por trazer as informações de forma ainda mais clara e impactante”, afirma Ricardo Pedreira, diretor executivo da ANJ.
“Defender a comunicação impressa é também um compromisso do segmento de revistas, por isso ficamos muito satisfeitos em apoiar esta iniciativa, que, este ano, destaca questões relevantes como reciclagem e sustentabilidade”, acrescenta Juliana Toscano, diretora executiva da ANER – Associação Nacional dos Editores de Revistas.
Para Tamara Natale, gerente de Sustentabilidade e Engajamento com a Comunidade da International Paper do Brasil, “o lançamento da campanha Love Paper no Brasil, contribui para combater mitos sobre a produção do papel, além de ser uma aliada no fortalecimento e disseminação de conhecimento sobre a sustentabilidade do processo produtivo, árvores cultivadas, produtos à base de fibras renováveis e papel. Essas informações são extremamente relevantes para todos, pois o papel é essencial em vários momentos do nosso dia a dia e tem um poder transformador em vários campos como na educação, trabalho, lazer e cultura.”
Diálogo – A ABAF representa as empresas de base florestal do estado, assim como os seus fornecedores. Essa pluralidade dá à associação a possibilidade de planejar e agir com respaldo nos mais variados âmbitos e em horizontes largos. Para isso, foi preciso atuar para além da própria cadeia produtiva e dialogar com as comunidades direta ou indiretamente influenciadas pela atividade de base florestal, com a sociedade civil organizada, com a academia, com os Governos e parlamentares para sedimentar os alicerces para um crescimento ordenado e virtuoso. Essas práticas fazem parte de uma atividade constante, uma vez que há sempre novas demandas e frentes de atuação em um segmento pulsante como o de florestas.
A ABAF também desenvolve campanhas de educação ambiental e de conscientização da sociedade e dos agentes de cada elo da cadeia produtiva, com temas que vão desde o uso sustentável da floresta e seus produtos, até as relações de trabalho. Essas ações contribuem para desfazer muitos dos mitos que ainda pesam sobre o setor e, em contraponto, enfatizam o seu caráter preservacionista e os benefícios sociais que vêm a reboque da chamada Economia Verde que podem e devem ser compartilhados pelo grande público.
A indústria de base florestal usa a madeira como matéria-prima, com destaque para a produção de celulose, celulose solúvel, papel, ferro liga, madeira tratada, carvão vegetal e lenha para o processamento de grãos. A madeira utilizada é plantada e é considerada uma matéria-prima renovável, reciclável e amigável ao meio ambiente, à biodiversidade e à vida humana.