Quem mora em áreas que fazem divisa entre São Paulo e outras cidades da região metropolitana repete o mesmo relato: descaso. O R7 percorreu 250 km e visitou as quatro regiões de divisa da capital e constatou o mesmo cenário em todos os casos: o mato toma conta das calçadas, as ruas estão esburacadas, falta sinalização viária e há lixo para todo o lado.
Foram visitadas pela reportagem as fronteiras de São Paulo com Osasco (zona oeste), Mauá (zona leste), Guarulhos (zona norte), e Embu-Guaçu (zona sul). No entando, nas redes sociais, há dezenas de relatos de outras áreas com problemas semelhantes.
Na avenida Presidente Altino, na divisa de Osasco com a zona oeste de São Paulo, a reportagem chegou a flagrar uma família de porcos vivendo uma praça do cruzamento da avenida que demarca o limite dos dois munícipios, em meio a calçadas danificadas e muita sujeira.
“Nós reclamamos e muitas vezes a resposta é um empurra-empurra das prefeituras”, diz Mario Rodrigues Ferreira, morador da zona leste de SP na área de divisa com Mauá.
Na avenida Jacú Pessego, uma via principal que interliga as duas cidades, a situação é acentuada, além de mato e lixo, falta sinalização do limite de velocidade, que muda de uma cidade para outra. No lado de Mauá, o limite da avenida é de 70 km por hora e há algumas poucas placas, já no lado paulistano, o limite é 50 Km por hora e não há placas. No entanto, 700 metros depois existe um radar de velocidade implantado pela Prefeitura de São Paulo.
“Quem já conhece a região, passa por uma rua com um acesso lateral, sem reduzir a velocidade, mas quem não conhece, toma multa”, diz José Felipe Silva, morador da região.
Na avenida Cabuçu, na divisa de Guarulhos com a zona norte de São Paulo, o que chama atenção é o mato alto invadindo as calçadas e pequenas montanhas de lixo e entulho nas ruas. “Por aqui desistimos de reclamar, não adianta”, lamenta Maria Aparecida da Silva, que mora na região há 20 anos.
Já na divisa de São Paulo com Embu-Guaçu, uma área da cidade que lembra uma zona rural, além de todos os problemas já relatados, os moradores sofrem com a falta de estrutura nas paradas de ônibus. A maioria das paradas são apenas uma barra de sinalização fixada em um espaço extremamente estreito, com lixo e mato alto. Onde há uma cobertura, ela é precária.
“Isso aqui se chover não tampa ninguém, além de alagar tudo”, diz Hilda Maria Paiva, que vive na região há 25 anos.
Nesta área de divisa, a reportagem também constatou a falta de manutenção na sinalização viária. Faixas de pedestres e a demarcação que divide a pista e indica lombadas estão apagadas. Pouco mais de 1 km da região de divisa, a situação já fica bem diferente.
R7