Para o radiologista João Rafael Carneiro, uma boa avaliação da dor pélvica crônica na mulher começa com o diagnóstico preciso
O mês de abril representa um momento importante para alertar as mulheres sobre a Adenomiose, doença semelhante a endomentriose, que atinge mulheres entre os 40 e 50 anos de idade, mas que também pode ser encontrada em mulheres mais jovens. A campanha Abril Roxo tem o objetivo de chamar a atenção para o problema e alertar sobre o difícil diagnóstico. De acordo com o radiologista e sócio da Clínica CSI, João Rafael Carneiro, uma investigação completa da doença deve ser feita para que não haja dúvidas da análise e condução do tratamento. “O diagnóstico é bastante desafiador, sendo fundamental a realização de um bom exame de imagem e expertise para diagnosticar. Muitas vezes os achados são sutis, o que torna a participação do médico radiologista fundamental para a condução da adenomiose”.
A adenomiose é uma doença ginecológica comum entre as mulheres que menstruam e nas pré-menopausaadas, caracterizada pela presença das glândulas endometriais invadindo o miométrio, ou seja, o endométrio penetrando na parede do útero. Aproximadamente 65% das mulheres com adenomiose apresentem sintomas evidentes como as cólicas muito fortes durante a menstruação, sangramento uterino aumentado e irregular e dor durante ou após a relação sexual. A frequência e a gravidade dos sintomas estão relacionadas com a extensão e a profundidade das lesões. Elas podem ser difusas ou focais, mais frequentemente encontradas na parede posterior do útero.
Diagnóstico
A adenomiose pode ser difícil de diagnosticar, o que resulta em dados incertos sobre sua prevalência na população geral, já que os sintomas mais comuns tendem a ser confundidos com aqueles recorrentes nos casos de endometriose, fibromas e outras doenças onde a dor pélvica é o motivo mais recorrente de procura por atendimento médico. No entanto, a experiência do examinador e a qualidade do equipamento podem interferir na performance do exame.
Os dois melhores exames para o diagnóstico são a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética. A USTV é o exame de imagem indicado como primeira linha para o diagnóstico da adenomiose, apresentando sensibilidade de 82% e especificidade de até 84%. Os sinais sonográficos de adenomiose incluem aumento do volume uterino sem nódulos miomatosos, formato globoso, assimetria entre paredes uterinas, heterogeneidade difusa ou focal, cistos anecóicos no miométrio e estrias radiadas partindo do endométrio. A ressonância magnética também pode ser solicitada, especialmente quando existem dúvidas entre o diagnóstico de adenomiose ou de leiomiomas, já que este exame é fundamental para a diferenciação dessas duas doenças.
“Hoje o conhecimento a respeito da adenomiose em diagnóstico em imagem e até o estagiamento da doença e correlações vem aumentado. Nós utilizamos os dois métodos, pois os dois tem potencial para detectar a doença. O ultrassom é utilizado mais comumente no dia a dia e a ressonância para aqueles casos que fica dúvida e casos mais complexos”, finaliza Dr. João Rafael Carneiro. Na clínica, a CSI, localizada em Brotas, é possível realizar todos esses exames, além de outros voltados para a saúde da mulher.