A Espanha detectou um aumento nos downloads de pornografia infantil na internet e em outros crimes cibernéticos desde que começou o confinamento por causa da pandemia de coronavírus. Outros paúses europeus também estão com o mesmo problema, segundo um relatório da Europol publicado nesta sexta-feira (3).
O estudo, elaborado a partir dos dados fornecidos pelos países-membros, alerta para um aumento nos crimes cibernéticos na União Europeia nas últimas semanas, coincidindo com as restrições impostas à população como medida para frear a propagação da covid-19.
A produção e distribuição de pornogradia infantil na internet é um dos delitos que, segundo a Europol, “parece estar aumentando ultimamente”. A polícia europeia diz que os pedófilos demonstram um “aumento de interesse” em obter imagens de menores explorados sexualmente e confiam que haja mais crianças conectadas à internet durante a pandemia.
Entre os exemplos do relatório destaca-se a Espanha onde, entre 17 e 24 de março, foi observado um aumento de 25% no número de conexões para download de material de pedofilia, uma tendência que também foi observada em outros países europeus.
Da mesma forma, houve um aumento no número de tentativas de acessar páginas da internet onde esse tipo de material é divulgado e as denúncias particulares sobre conteúdos pedófilos também tiveram um “aumento significativo na Espanha” desde o início de março.
A Europol ressaltou que vai seguir avaliando e medindo o impacto da crise do coronavírus sobre a exploração sexual infantil “e apoiar as investigaçoes pertinentes”, segundo o documento.
Nesta semana, a comissária europeia de Interior, Ylva Johansson, alertou sobre o problema e anunciou que Bruxelas deve apresentar em breve uma estratégia para combater os abusos contra menores.
Outro crime que aumentou durante as últimas semanas, segundo a Europol, são os ataques de vírus de computador, algo que se espera que “continue e aumente em escala” no futuro.
Grupos organizados, alguns deles até mesmo apoiados por determinados países “buscam explorar a crise sanitária” para “conseguir algum proveito pessoal ou avançar interesses geopolíticos”.
A desinformação e as fake news também estão em expansão, com “consequências potencialmente danosas para a saúde pública e a comunicaçao correta” durante a crise, conclui o relatório.
R7