O humorista Carlinhos Maia resolveu fazer um balanço da carreira em entrevista ao colunista Leo Dias. Em 2019, ele se assumiu homossexual, casou-se com seu companheiro há 10 anos, o modelo Lucas Guimarães, encerrou a parceria profissional com o escritório que o representava; brigou com amigos famosos, como Whindersson Nunes, Géssica Kayane; esteve envolvido a exemplo de dizer que era um “gay homem” e recebeu o apelido de Carlinhos ‘Chernobyl’ Maia, por conta do teator “radioativo e tóxico” que manifesta em suas declarações.
“Achei que era unanimidade no Brasil e quebrei a cara. Achei 100% que o Brasil me amava. Achei: ‘Tá tudo OK, não vejo uma crítica, não vejo nada’, até eu me assumir. Foi a questão de eu me assumir e como eu me assumi. As pancadas, vieram depois disso aí”, explicou. Para ele, o despertar para o lado negativo da fama apareceu após perceber que muitos dos seus comentários ofendiam outras pessoas.
“Quando me assumi, usei a frase “sou um gay homem”. Na minha cabeça, de um cara saindo do interior, que não terminou nem o Ensino Médio, era o certo. Eu cresci na Internet na malícia da vida, aprendendo a fazer vídeo. Ninguém estuda para ser digital influencer. Eu não imagino que a minha opinião vale tanto, é tão importante assim. Eu sou um cara que acho que as pessoas não seguem porque gostam do meu jeito de ser e acabou. Só que quando você percebe que cresceu demais é que tudo o que você fala atinge outras pessoas positivamente ou negativamente”, compreendeu.
Apontado frequentemente como eleitor de Bolsonaro, ele negou a atitude. Claro que não! Óbvio que não. O que me irritava muito são as fake News. Igual, no dia do meu casamento, que saiu uma notícia, que eu dei entrevista dizendo que eu não ia beijar na boca [no meu casamento] em respeito aos convidados. Eu nunca disse isso. Eu não beijei na boca, porque [estavam lá] meu pai, [que é] um homem muito evangélico, minha mãe, [que é] mais ‘de boa’… Tinha ainda o pai do Lucas, que têm depressão, e a mãe e uma tia de Lucas. Eu disse: ‘Peraí! Eu já consegui trazer esse pessoal todo para cá, [essa turma] de outra [época], então, eu vou com calma’. Eu quero que eles entendam que a gente é igual a eles, que a gente pode fazer família igual a eles. Porque, para o pessoal da minha terra, gay é [motivo de] chacota. Eu queria mostrar para eles que não. A gente tá aqui ‘de boa’. Tá vendo que é tranquilo, igual a vocês. Porque os meus pais, se deram quatro beijos na boca na minha frente, foi muito. A minha criação foi essa criação de interior, de Nordeste”, fixou.
Quanto ao momento em que se sentiu “abandonado” por muitos dos que diziam ser seus amigos, desabafou. “eu sofri por uma semana. Sozinho. Não procurei ajuda nem de psicóloga. Nada. Eu tenho Deus. Quem tem fé, não tem medo. Eu sei quem eu sou. Eu sou um cara do bem e f***-se quem achar o contrário. Então, tudo o que dizem não é o que eu sou, porque, se eu fosse tudo isso de ruim, eu não teria tanta gente me amando. E olha que eu fui atacado por diversas pessoas gigantes, e estou aqui, firme e forte. Não caí. Se eu fosse realmente uma pessoa ruim, tenho certeza que todas as pessoas que me seguem já teriam me abandonado”, defendeu-se.
Por fim, disse ter se arrependido da pintura que fez em cima de uma tela do hotel (relembre aqui). “Foi um erro. Eu não sabia – e muita gente também não – que, depois que você compra uma obra, você não pode fazer pintura nenhuma [nela]. Mas olha que interessante: virou informação, porque saiu em tudo que é jornal e, daqui para frente, tenho certeza que muita gente, após esse erro meu, nunca mais vai pintar obra nenhuma, mesmo sendo dono dela, porque não recebeu autorização [do autor] para pintar. Inclusive, peço milhões e milhões de desculpas a todos os artistas que se sentiram ofendidos. Realmente, eu não sabia”, reafirmou.
Bahia Notícias