Os pacientes que tiveram quadros graves de covid-19, após a alta, geralmente precisam ter acompanhamento de fisioterapia, fonoaudiologia e psicoterapia, explica o infectologista Moacyr Silva, do Hospital Israelita Albert Einstein.
“A gente divide os pacientes em dois grupos, os mais graves que precisam vão para UTI e para a semi-intensiva e os que precisam de internação, mas ficam na enfermaria ou no quarto dois, três dias e já podem ir para casa.”
Segundo Silva, após a alta, os pacientes que tiveram quadros mais graves terão de lidar com complicações do processo inflamatório e não com sintomas da covid-19 em si.
“O paciente pode ter uma fraqueza muscular, ficar sem andar, por conta do tempo acamado, dificuldade de deglutição por conta da intubação, comprometimento pulmonar, renal.”
O médico explica que a fisioterapia auxilia na recuperação muscular e no aumento da capacidade respiratória. “O paciente que antes conseguia andar um quarteirão, por exemplo, não vai conseguir quando voltar da UTI.”
Já os pacientes com quadros mais leves, que precisam de menos tempo de internação, podem voltar ainda com sintomas da própria doença. “No caso desses, nós receitamos analgésicos e antitérmicos, mas ele vai sentir uma indisposição grande, é como se fosse uma gripe forte que vai durar 10, 14 dias.”
Os pacientes que recebem alta devem ficar em isolamento por 14 dias a partir do início dos sintomas, então o acompanhamento não é feito no hospital. “Apesar de não ser o ideal, nós optamos pela telemedicina, ainda estamos em uma situação importante de pandemia e não vamos expor os pacientes que não são de covid-19 aos que ainda estão transmitindo.”
Uma alternativa que os pacientes podem optar é o atendimento em domicílio ou o home-care, serviço oferecido por alguns planos e seguradoras de saúde. Os pacientes só podem receber acompanhamento no hospital após o teste de PCR dar negativo, comprovando que ele não está mais transmitindo a doença.
O infectologista enfatiza que a psicologia é uma especialidade essencial na recuperação dos pacientes.
“A segregação é muito impactante para o paciente. Imagina a pessoa que acorda de uma ventilação mecânica, não pode receber visita, todos os profissionais de saúde com equipamento de proteção e mesmo quando volta para casa, tem que continuar em isolamento, então a saúde mental acaba sendo muito afetada.”
R7