O brutal assassinato de um adolescente de 17 anos, que foi morto e esquartejado há pouco menos de um mês, se tornou o sinal mais grave sinal de uma violenta guerra entre gangues de traficantes rivais no leste da Irlanda.
Desde que partes do corpo de Keane Mulready-Woods foram encontrados em dois pontos diferentes na capital do país, Dublin, no dia 13 de janeiro, entidades civis e autoridades têm feito campanhas numa tentativa de diminuir a violência.
O crime se tornou um dos principais temas da política na Irlanda, que terá eleições parlamentares neste sábado (8). O primeiro-ministro do país, Leo Varadkar, chegou a participar de uma manifestação pela paz na cidade natal do adolescente, que teve participação.
Keane teria ligações com uma das gangues que controlam o tráfico de drogas e outras atividades criminais na cidade de Drogheda — uma das mais antigas do país, fundada há mais de 1.100 anos — , que fica 50km ao norte de Dublin. A polícia acredita que a morte foi ‘encomendada’ por um membro de um grupo rival.
O adolescente foi visto com vida pela última vez na tarde de 12 de janeiro. No dia seguinte, uma sacola com seus membros foi encontrada no norte de Dublin. Dois dias depois, a cabeça e outras partes foram achadas em um carro incendiado, também na capital. O tronco não foi localizado até hoje.
Segundo o jornal Irish Times, o assassinato de Keane Mulready-Woods foi o mais recente de uma longa série de cerca de 70 ataques e retaliações entre as duas gangues de Drogheda desde julho de 2018.
Na ocasião, um membro de uma das gangues foi baleado por homens do grupo rival. Ele sobreviveu, mas ficou paraplégico. Desde então, uma série de espancamentos, incêndios em casas de pessoas ligadas às gangues, tiroteios e esfaqueamentos aconteceram na cidade de 40 mil habitantes, culminando com a morte de Mulready-Woods.
Ativistas afirmam que os cortes dos investimentos públicos em educação e lazer para jovens nos últimos anos acabam empurrando os adolescentes para as gangues. Conforme eles se endividam com os traficantes, acabam sendo usados para atacar rivais e outros “serviços” de risco.
R7