O jovem de 24 anos que foi detido em uma agência da Caixa Econômica Federal, no bairro de Itapuã, em Salvador, relatou ter sofrido racismo de guardas municipais, durante a abordagem.
O caso aconteceu na manhã do dia 6 de julho. De acordo com a Guarda Civil Municipal (GCM), Bruno Henrique Inácio Santos foi detido depois de agredir verbalmente funcionários da unidade.
O órgão também afirmou que além de desacatar os agentes da Caixa, ele também incitou a população contra os funcionários. A GCM detalhou que, no momento do ocorrido, funcionários da Caixa faziam o ordenamento das filas para evitar aglomerações.
Segundo informações do advogado Fabiano Samartin Fernandes, que defende Bruno, ele chegou à fila por volta das 7h e esperou até as 10h, quando entrou na agência e questionou a demora do atendimento. O jovem estava no local para resolver problemas no aplicativo do banco.
De acordo com Fabiano Samartin, após não receber respostas dos funcionários da agência, o jovem voltou à fila e foi questionado pelas outras pessoas, que também esperavam.
“Quando ele estava falando para as outras pessoas que não tinha conseguido informações, os guardas municipais chegaram de forma ríspida e colocaram ele dentro de um porta-malas de um carro e levaram para a delegacia. Esse procedimento, inclusive, não é o ideal, mesmo se ele tivesse feito algo errado”, contou o advogado.
Fabiano Samartin Fernandes disse que não acredita que a abordagem seria feita dessa forma se o jovem fosse branco. O advogado informou que entrou em contato e fez um pedido de apuração dos fatos para a Corregedoria da Guarda Municipal e para o Ministério Público da Bahia (MP-BA).
“A abordagem foi feita de forma cruel, desumana e desagradável. Ao chegar na delegacia, ele foi ouvido pelo delegado e liberado. Disseram que ele estava armado, mas nada foi encontrado”, contou.
Bruno Henrique fez exame de corpo de delito após procurar a Central de Flagrantes da Polícia Civil.
Em nota, a Guarda Municipal de Salvador voltou a informar que Bruno foi detido após destratar funcionários da agência e disse que a abordagem foi feita após uma pessoa contar ao guarda municipal que o jovem “poderia estar armado”.
A GMS também afirmou, novamente, que o jovem incitou as pessoas presentes na fila contra a equipe, que efetuou o procedimento considerado padrão, de revista e encaminhamento em um veículo devidamente identificado com o brasão da prefeitura, nas portas laterais, à delegacia para registro do fato.
O órgão disse que “em momento algum, existiu qualquer atitude racista por parte dos agentes” e que e que os profissionais recebem treinamentos voltados para combate do racismo. A Guarda Municipal também afirmou que os agentes atuam nas agências da Caixa com o objetivo de “garantir um atendimento mais humanitário aos presentes, contudo, em momento algum deixará de intervir em situações que envolvam a manutenção da ordem pública”.
O G1 entrou em contato com a Caixa Econômica e aguarda o posicionamento sobre o caso.
G1