Um tapete azul e branco em nome da paz cobriu os paralelepípedos do Largo do Pelourinho neste domingo (23). Fundado em 1949, a tradição do Afoxé Filhos de Gandhy contagia a todos. O bloco é uma das 49 entidades apoiadas pelo Carnaval Ouro Negro, da Secretaria de Cultura do Estado.
A Secretária da Cultura, Arany Santana, prestigiou a saída do Filhos de Gandhy. “Um exemplo da importância do Carnaval Ouro Negro para manter as tradições dos blocos afro e dos afoxés é a saída dos Filhos de Gandhy. É uma das instituições que deu brilho ao Carnaval da Bahia. Então, com o Carnaval Ouro Negro, a gente celebra hoje esse bloco que sai aqui do coração da cidade de Salvador em direção ao circuito Osmar”.
O vice-presidente do Afoxé, Hildo Souza, fala sobre o que é ser filho de Gandhy e sobre a importância do patrocínio do Carnaval Ouro Negro para se manter a tradição. “O afoxé filhos de Gandhy é, antes de tudo, uma emoção que nos leva a ter força e trabalhar muito para manter a instituição. Além do bloco, temos muitos trabalhos sociais. Este ano, nós contamos com o apoio do carnaval Ouro Negro para colocar o bloco na rua, a iniciativa é a tábua de salvação dos blocos afro e dos afoxés. Não temos incentivo da iniciativa privada e colocamos quatro mil pessoas nas ruas”.
A tradição é compartilhada por várias gerações. O agente de sistema Marinaldo dos Santos tem 23 anos de bloco. “Meu filho mais velho, Jorge, já tem 10 anos que sai comigo e meu filho Marlon tem 5 anos que vem ao desfile. E quem me trouxe para cá foi meu pai, antes de morrer, e que já era há muitos anos integrantes do bloco”.
A saída dos filhos de Gandhy movimenta toda uma economia. O contregum, a alfazema e os colares são vendidos nas ruas. Os famosos turbantes são feitos na hora. A turbanteira Mila da Silva é um exemplo da importância econômica do bloco. “Tenho 23 anos de turbanteira e fico na expectativa da chegada do carnaval, para que eu ganhei uma grana extra, reforce o orçamento e possa comprar alguma coisa ou fazer uma viagem”.
Foto: Fernando Vivas/GOVBA