Para fortalecer as ações de mobilização contra a dengue, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), vem promovendo a abertura de imóveis fechados e/ou abandonados da capital baiana. A iniciativa acontece após os agentes de endemias realizarem três tentativas de localização de alguns dos proprietários para abertura voluntária e posterior inspeção do local para eliminar possíveis focos e criadouros do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, zika e chikungunya.
Na manhã da última sexta-feira (12), os agentes de endemias, acompanhados de guardas do Grupamento Especial de Proteção Ambiental (Gepa) da Guarda Civil Municipal (GCM) e de um chaveiro, visitaram três imóveis localizados no Distrito Sanitário de Itapagipe, na Cidade Baixa. A medida é salvaguardada pela lei federal 3.169/2023.
A sanitarista, bióloga e chefe do Setor de Controle de Vetores e Animais Peçonhentos do CCZ, Lucrécia Rocha, conta que, antes de realizar a ação, tenta-se contato com a pessoa responsável para dar orientações e fazer a visita sem a necessidade de abertura forçada. “Essa dificuldade (de acesso aos imóveis) compromete a eficiência das ações, aumentando a predisposição a surtos e epidemias naquela localidade. Fazemos as visitas geralmente em horários diferentes, às vezes em semanas diferentes, para que alguém se manifeste”, explica.
Riscos à saúde – A líder substituta do Distrito Sanitário de Itapagipe, Rosangela Correia Lima, alerta que os imóveis que estão fechados por muito tempo podem trazer riscos à saúde dos cidadãos, caso tenham materiais acumulados e inservíveis expostos a céu aberto. “São locais que podem contribuir para a proliferação do mosquito e transmissão da dengue, zika ou chikungunya”, diz.
Os guardas municipais têm como missão fiscalizar e fazer a segurança da equipe, além de dar apoio legal na área de segurança pública. Quando o chaveiro abre o imóvel, os agentes são os primeiros a acessar o interior, fazendo a varredura do espaço como forma de garantir a segurança de todos. Em seguida, as equipes de endemias fazem a inspeção dos ambientes a serem tratados.
O chaveiro Natanael Santos acompanhou as equipes fazendo a abertura e fechamento dos imóveis. Para ele, a iniciativa é fundamental, no que diz respeito à prevenção. “Não só o dono da casa ou os vizinhos, mas a própria população pode acabar sofrendo as consequências e a imprudência de alguns donos de imóveis que estão fechados e abandonados. Eu acredito que tem que haver consciência das pessoas para que realmente não precise chegar a esse extremo”.
Denúncias – Caso seja identificado algum estabelecimento ou imóvel com focos de dengue, é importante denunciar através do Fala Salvador, no número 156. É importante fornecer todos os detalhes relevantes do imóvel, como endereço correto e condições da estrutura, para que as autoridades possam tomar as medidas necessárias.
Fotos: Bruno Concha/Secom PMS