No mês de dezembro, período em que é marcada a luta contra a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), muito se fala sobre a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, visando dirimir complicações decorrentes do vírus HIV. Porém, pouco se fala sobre as pessoas que convivem com a doença e com o preconceito de serem soropositivos. Pesquisas internacionais apontam que, se realizados acompanhamento e tratamentos adequados, indivíduos diagnosticados podem chegar a ter uma expectativa de vida similar aos outros que não são portadores do vírus HIV. Daí a necessidade e a importância da realização de avaliação médica continuada e periódica.
Prova disso foi um estudo publicado na revista científica britânica ‘The Lancet’. A conclusão principal do estudo foi de que jovens que iniciaram o tratamento com uso de antirretroviral, no ano de 2010, cursaram com um aumento na expectativa de vida de até 10 anos, se comparados com aqueles que foram submetidos aos medicamentos disponíveis na década de 1990. A realidade é a mesma no Brasil, segundo a Coordenadora Médica do Plano Ambulatorial Boa Saúde (vinculado ao Grupo Vitalmed), Sandra Cavalcanti, muito em função da evolução da ciência em dispor, cada vez mais, de novos recursos para combater o vírus HIV, como também graças à conscientização das pessoas que têm buscado tratamento imediato.
A médica explica que são de importância inquestionável o uso diário e contínuo dos medicamentos antirretrovirais associadamente a realização periódica de exames complementares que visam a identificação de possíveis complicações pelo avanço da doença. “Identificar complicações, logo no início, é crucial para obter um melhor prognóstico e realizar intervenções médicas mais acertadas”, esclarece.
Prevenção
Por mais que tenha ocorrido evolução e melhores resultados quando o assunto é tratamento, a prevenção da AIDS ainda é a melhor opção para o combate à doença, de acordo com a médica. “Usar camisinha tem que ser um hábito comum da população”, afirma. Em alguns casos, existe indicação para uso da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) – método de prevenção à infecção que consiste na ingestão diária de comprimido que impede que o vírus causador da AIDS infecte o organismo, antes da pessoa entrar em contato com o mesmo. Esse método não é para todos, mas sim para aqueles que têm maior chance de entrar em contato com o HIV. As indicações para o uso, estipuladas pelo Ministério da Saúde, são para “gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH); pessoas trans; e trabalhadores (as) do sexo”.