Reunião acontece na Assembleia Legislativa da Bahia (CAB) em 19/11, às 9h
No próximo dia 19/11, às 9h, a Comissão de Agricultura e Políticas Rurais da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) está convidando produtores e representantes do setor privado, do legislativo, do Governo e da academia para reunião da cadeia produtiva de florestas plantadas a ser realizada na Sala das Comissões Luís Cabral. O objetivo é discutir e buscar formas de atendimento das demandas locais, nacionais e internacionais por produtos de madeira, de forma a gerar empregos, impostos e outros benefícios sociais, ambientais e econômicos para a Bahia.
A reunião contará com fala da presidente da comissão, Deputada Jusmary Oliveira; além da apresentação do setor florestal na Bahia – oportunidades e desafios – pelo diretor da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), Wilson Andrade. O representante do Fórum Florestal da Bahia, Márcio Braga, vai mostrar como o setor já dialoga – e bem – com as comunidades e as cidades que têm operações florestais. Por fim, a professora Gabriela Narezi vai apresentar o projeto de pesquisa e extensão “Desenvolvimento Socioambiental para a Agricultura Familiar (DSAF)”. Ela é Doutora em Ecologia Aplicada, coordenadora do Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica Pau Brasil (NEA-PB) e docente do Centro de Formação em Ciências Ambientais da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).
“É crescente a demanda por produtos de madeira em todo o mundo e o Brasil – e a Bahia – detém as melhores condições de competitividade para aproveitar estas novas oportunidades. Importante setores da economia baiana, como mineração, papel e celulose, construção civil, móveis, energia de biomassa, e processamento de grãos, precisam de madeira para seus processos produtivos e, por isso, nosso setor é cada vez mais demandado”, informa Andrade.
O diretor da ABAF vai apresentar como o segmento florestal é, sem dúvida, o setor da economia da Bahia que tem crescido e o que mais tem condições de continuar crescendo e contribuir (a curto e médio prazo) para o desenvolvimento do estado, seja do ponto de vista econômico, social ou ambiental. “Nosso setor contribui para o desenvolvimento do estado, especialmente no interior, onde emprego vale o dobro. Tudo isso pode ser comprovado pelo índice Firjan de municípios que é superior nas cidades que detém maiores investimentos florestais. Queremos apresentar essas oportunidades de investimento e como todos podemos auxiliar para que o setor de florestas plantadas continue contribuindo com o crescimento e desenvolvimento do estado e, principalmente, para a atração de investimentos para o interior, avançando no processo de desconcentração da economia”, acrescenta.
Resumo dos dados do setor florestal na Bahia:
- A área plantada é superior a 700 mil hectares nas regiões Sul, Sudoeste, Litoral Norte e Oeste da Bahia.
- 636 indústrias compõem a cadeia produtiva de base florestal, na sua maioria instalada no interior do estado.
- O setor detém 450 mil hectares de áreas preservadas o que equivale a 0,7 hectare para cada hectare de produção – mais que o dobro exigido pelo Código Florestal brasileiro.
- 234 mil empregos são oferecidos pelo setor no interior do estado, o que ajuda na desconcentração da economia da Bahia (entre próprios e terceirizados).
- O PIB do setor alcançou R$ 14,2 bilhões em 2018, correspondendo a 5% do PIB estadual. E contribuiu com 4,3% dos impostos arrecadados no estado da Bahia nas instâncias federal, estadual e municipal, tendo alcançado mais de R$ 4 bilhões em 2018.
- O setor promove a integração dos pequenos e médios produtores através de programas de fomento e parcerias que já representam 20% do total da madeira consumida por nossas indústrias. E esses convênios têm taxa de crescimento de 10% nos últimos três anos.
- Também é intensa a parceria com as comunidades do entorno das nossas áreas de produção, com projetos socioambientais. Estes projetos envolveram investimento em 156 municípios, beneficiando 500 mil pessoas em 2018, totalizando com R$ 16 milhões de investimento voluntário por parte das empresas.
- Em 2018, os investimentos do setor chegaram a quase R$ 1 bilhão com crescimento de 16% em relação a 2017.
- O setor exportou, em 2018, US$ 1,7 bilhão, colocando-se novamente em primeiro lugar dentre os exportadores do estado.
- O setor abastece importantes segmentos da economia da Bahia que demandam madeira nos seus processos produtivos: construção civil, indústria de papel e celulose, metalúrgica, energia de biomassa, secagem de grãos do agronegócio, madeira e móveis, entre outros.
- As florestas plantadas têm um papel fundamental na mitigação da mudança do clima, especialmente por remover e estocar carbono nas florestas e nos produtos. Têm ainda um enorme valor na regulação do fluxo hídrico, conservação do solo e manutenção da biodiversidade.
PAFS – A ABAF também mantém – em parceria com a ADAB – o Programa Ambiente Florestal Sustentável (PAFS) vem trabalhando os temas: Uso Múltiplo da Floresta Plantada; Regulamentação Ambiental das Propriedades Rurais (Código Florestal/ CAR/ Cefir); Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF)/Plano ABC; Preservação dos Recursos Hídricos; Prevenção e Controle de Incêndios Florestais; Controle de Gado nas Áreas de Preservação; Combate ao Carvão Ilegal; e Programa Fitossanitário de Pragas.
Para isso foi elaborado um amplo programa de comunicação e foi montada e orientada uma equipe de engenheiros (agrônomos e florestais) que vem trabalhando com uma estrutura com veículos, equipamentos audiovisuais, campanha publicitária e material informativo. Desde 2016, o PAFS já percorreu 243 mil quilômetros; realizou 200 treinamentos em 180 comunidades; instruiu cerca de 8 mil produtores rurais de frutas, eucalipto, café, entre outras culturas, da região e estudantes. “O resultado tem sido muito positivo graças às parcerias feitas com o Governo do Estado, através da Seagri e ADAB; Sindicados Rurais da FAEB/Senar e Prefeituras, através de suas secretarias de agricultura e meio ambiente. Acreditamos que a responsabilidade de uma produção rural sustentável tem que ser de todos nós”, informa Paulo Andrade, coordenador do programa.
A ABAF representa as empresas de base florestal do estado, assim como os seus fornecedores. Essa pluralidade dá à associação a possibilidade de planejar e agir com respaldo nos mais variados âmbitos e em horizontes largos. Por isso, a ABAF fomenta a pesquisa, investe na coleta e tabulação de dados, a exemplo do anuário Bahia Florestal. A indústria de base florestal usa a madeira como matéria-prima, com destaque para a produção de celulose, celulose solúvel, papel, ferro liga, madeira tratada, carvão vegetal e lenha para o processamento de grãos. A madeira utilizada é plantada e é considerada uma matéria-prima renovável, reciclável e amigável ao meio ambiente, à biodiversidade e à vida humana. Atualmente tem como associados: Aepes, Aiba, Aspex, Assosil, Bracell, Caravelas Florestas, ERB, Ferbasa, Floryl, JSL, Komatsu, Ponsse, Proden, Sineflor, Solid, Suzano, Veracel e 2Tree.