O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), defendeu hoje (18) a aprovação da reforma da Previdência ainda este semestre. “Os brasileiros estão compreendendo que, sem essa reforma da Previdência, em quatro ou cinco anos o Brasil não terá condições reais de cumprir suas obrigações. O orçamento de um país que tem 4% de capacidade de investimento é de que não vai diminuir as desigualdades”, disse Alcolumbre, após encontro com o governador de São Paulo, João Doria.
A pauta do encontro foi, mais uma vez, a reforma da Previdência. Segundo o presidente do Senado, a reforma da Previdência é “a mãe das reformas do Brasil”.
Doria também disse que o tema “é o mais importante para o Brasil”.
Indicações
Alcolumbre disse não ver problema nas indicações de cargos por políticos para a aprovação da reforma. “Em relação a cargos e em relação a demandas de recursos parlamentares para obras importantes, não vejo nenhum e não tenho preconceito em relação a isso. Acho que o preconceito está sendo criado a partir do momento em que as pessoas achem que a política ou os políticos são um mal para a sociedade. E não são”, disse o senador.
“Compreendo que fazer parte da reivindicação política de um quadro técnico para um governo que está ajudando o Brasil é fundamental para que as coisas aconteçam e para que eles se sintam parte”, ressaltou.
Alcolumbre explicou porque não vê problemas nas indicações políticas. “Naturalmente, o desejo de um parlamentar é ajudar o governo, mas [também] de ajudar a sua base eleitoral, no sentido de ter obras importantes. Quando se fala no toma lá, dá cá, isso é uma frase muito forte. A democracia prescinde de conversa, diálogo e entendimento. No entendimento, são obras estruturantes que os parlamentares querem que o governo federal realize. Se um deputado pedir para um governo fazer uma estrada para interligar duas estradas no estado dele, isso é toma-lá-dá-cá? A estrada não vai ficar de propriedade dos deputados ou senadores. A estrada vai ficar para o município e melhorar a logística do Brasil”, defendeu.
Ajuste fino
Mais cedo, em entrevista na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Alcolumbre havia dito que faltava “ajuste fino” na política para que a nova Previdência fosse aprovada. Já a tarde, na sede do governo paulista, o presidente do Senado esclareceu que sua fala sobre o ajuste fino se referia à política. “Os senadores todos têm interesse em aprovar a reforma. Essa reforma não é do governo Jair Bolsonaro. Essa reforma da Previdência é para salvar o Brasil. Mas os senadores e deputados querem fazer parte, querem se achar parte desse processo. E nas bases eleitorais, senadores e deputados são cobrados”, disse.
O presidente do Senado reconheceu que a articulação do governo com o Congresso é lenta. Mas que agora está ocorrendo, melhorou, e está fazendo a diferença. “Confesso que o início do governo do presidente Bolsonaro ele ficou um pouco de fora dessa articulação política. O mês de janeiro foi um mês de formação do governo e se sentiu mesmo a ausência da figura do presidente da República nessa articulação. Mas depois da eleição minha e do presidente [da Câmara] Rodrigo Maia, temos levado muito ao presidente, através do Onyx [Lorenzoni, da Casa Civil], a possibilidade de participação do governo pessoalmente nessas tratativas em relação à reforma da Previdência”.
“As coisas avançaram muito nos últimos 30 dias. O presidente, pessoalmente, entrou em campo para apresentar para o Parlamento a importância da aprovação dessa reforma. E isso faz toda a diferença”, acrescentou.
Agência Brasil