O líder do DEM na Câmara Municipal de Salvador, Alexandre Aleluia, afirmou que transformar a política em prioridade no ensino causou o declínio dos níveis de aprendizagem, como é demonstrado por indicadores como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, da sigla em inglês). O democrata participou de um debate sobre o projeto Escola Sem Partido com a vereadora Marta Rodrigues (PT), que apresentou proposta contrária, na manhã desta quarta-feira (18), na Rádio Excelsior.
Aleluia voltou a dizer que é importante quebrar a “espiral de silêncio” que havia sobre o processo de doutrinação ideológica de esquerda que ainda existe nas escolas. “Os estudantes têm que aprender gramática, ciências, matemática e não ficar discutindo política. A esquerda acha que tudo é política, pois tem sanha de poder”, comentou o vereador. O democrata também criticou a pedagogia de Paulo Freire, segundo a qual o desenvolvimento de uma “visão crítica” é mais importante que o aprendizado dos códigos linguísticos ou matemáticos. “O aluno acha que tem uma visão crítica, mas sequer sabe se expressar”, comentou o líder do DEM.
Em um momento do debate, a vereadora Marta Rodrigues defendeu Freire e disse que “nada vale saber escrever se não sabemos respeitar”. “O problema é que, no modelo atual, nem se aprende a escrever, nem se aprende a respeitar e os alunos saem das escolas com níveis alarmantes de analfabetismo funcional”, rebateu Aleluia, após o debate.
O criador e coordenador nacional do Movimento Escola Sem Partido, Miguel Nagib, fez uma participação também no debate realizado pela Rádio Excelsior. “O projeto do vereador pede apenas a fixação de um cartaz em sala de aula contendo o papel do professor. Todo professor em sala de aula já é proibido de prejudicar um aluno por conta de posição política, moral ou religiosa. O projeto apenas informa isso ao aluno”, comentou Nagib.
“O projeto promove o pluralismo de ideias em sala de aula. A vereadora petista é contra porque o PT é o partido que mais se beneficiou da doutrinação ideológica não somente nos últimos 13 anos, mas nos últimos 30 anos”, pontuou Nagib. Alexandre Aleluia, por sua vez, ressaltou que o projeto não traz punições aos professores, nem considera que a fixação de um cartaz em sala de aula seja um constrangimento. “Quem segue o que determina a lei não ficará incomodado com o cartaz”, disse.
A vereadora Marta Rodrigues citou o fato de Aleluia ser estudiosos de autores como Ludwig Von Mises, dentre outros, tentando marcá-lo como reacionário. “Eu disse à vereadora que indicaria bibliografia para que ela lesse esse autor e outros da Escola Austríaca, que ela também citou, e autores também conservadores. Ela disse que não leria. Eu li Paulo Freire. Daí pode-se concluir quem é a favor da pluralidade de ideias”, disse o líder do Democratas na Câmara Municipal.