O Brasil está enfrentando uma epidemia de dengue. Na Bahia foram registrados 45.386 casos prováveis da doença até o dia 9 de março de 2024, marcando um aumento de 307,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo a Secretaria de Saúde do Estado. Além dos sintomas conhecidos, como febre alta, dor de cabeça, fadiga e manchas no corpo, a dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também pode afetar a saúde oral, como alerta o dentista Leonardo Carvalho, especialista em Implantodontia.
“Em casos leves, a baixa imunidade provocada pela dengue é um fator que potencializa o surgimento de candidíase pseudomembranosa oral – popularmente caracterizada por manchas brancas na superfície da mucosa labial, bucal e na língua. Além disso, o indivíduo pode ter sede excessiva, boca seca, sensação de gosto amargo, dor e dificuldade ou limitação de abertura bucal. Os pacientes podem apresentar também dor na Articulação Temporomandibular (ATM)”, detalha o dentista, explicando que estudos sobre dengue e saúde oral ainda são pouco aprofundados.
Quando o quadro clínico da dengue é mais grave, como a hemorrágica, Leonardo Carvalho pontua outros sinais na cavidade oral. “Podem surgir aftas, vermelhidão na gengiva e na mucosa bucal, amígdalas ampliadas e inflamadas, sangramento gengival e crostas no lábio e na língua”, esclarece o dentista, enfatizando que, em qualquer estágio da doença, o organismo também fica mais suscetível a infecções, a exemplo das odontológicas, tornando o seu tratamento mais complexo.
O tratamento da dengue é cuidar dos sintomas após orientação médica, como também odontológica. Além disso, a recomendação de Leonardo Carvalho é que o paciente com esse diagnóstico se mantenha hidratado, já que a doença leva à desidratação do corpo, provocando, inclusive, a redução de saliva.