Presidente do Conselho de Ética quando o mandato do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi cassado, José Carlos Araújo (PR-BA) avaliou que a pressão por causa do período eleitoral e a repercussão negativa envolvendo o caso do bunker de Geddel Vieira Lima podem influenciar os votos dos parlamentares no processo contra o irmão do ex-ministro, Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Atualmente, Araújo é 2º vice-presidente do colegiado, comandado pelo também baiano Elmar Nascimento (DEM). “Eu acho que a repercussão do caso não pode pressionar a gente. Mas, de qualquer forma, a gente está no âmbito político e em ano eleitoral. Acho que as pessoas precisam pensar duas vezes em como vão votar”, ponderou, em entrevista ao Bahia Notícias nesta terça-feira (27). O processo disciplinar contra Lúcio foi instaurado nesta terça, assim como os de Paulo Maluf (PP-SP), Celso Jacob (PMDB-RJ) e João Rodrigues (PSD-SC). Eles podem ter os mandatos cassados. Questionado sobre seu posicionamento em relação ao caso de Lúcio, Araújo disse que não poderia se manifestar porque dará voto e, por isso, não pode emitir julgamento prévio, sob pena de ser impedido de votar. No entanto, afirmou que terá a mesma postura adotada quando comandou os trabalhos do processo que levou à cassação de Cunha. “Eu serei justo. Votarei baseado nos autos, no que tiver no processo. Vou continuar tendo essa postura, sob pena de jogar tudo que construí fora”, argumentou. O parlamentar baiano também assegurou não ter receio de que uma possível decisão favorável a Lúcio respingue negativamente nele, em face ao desgaste político que pode causar uma postura em favor de alguém envolvido no caso do bunker. “Eu tenho uma história no Conselho de Ética, o pessoal sabe como é o meu histórico aqui. Presidi o colegiado no momento mais difícil da história da Câmara. Tenho certeza que isso vai dar um upgrade na minha campanha”, vislumbrou. Agora, o relator do caso terá um prazo de dez dias úteis para apresentar um relatório preliminar, no qual avaliará se a representação tem fundamento para seguir adiante ou se devem ser arquivadas. Se for aprovada a continuidade, será aberto prazo de 40 dias úteis para a coleta de provas e depoimentos de testemunhas. Encerrada essa etapa, o relator entregará o parecer acatando ou rejeitando os argumentos da representação. Caso o conselho aprove o relatório recomendando punição Lúcio, o processo seguirá para votação no plenário da Câmara.
Bahia Notícias