Um impacto nos sistemas de saúde foi provocado ao redor do mundo por conta da pandemia da Covid-19. As organizações e sociedades médicas em todo o mundo iniciaram discussões sobre padrões de segurança nos procedimentos clínicos e cirúrgicos, tudo para encontrar uma equação que gerasse segurança para pacientes e profissionais de saúde. No Núcleo de Endometriose e Fertilidade (NEF Salvador) as resoluções seguiram todos os caminhos das grandes instituições ao redor do mundo. “Nos primeiros meses, a falta de ferramentas de diagnóstico precisas e a ausência de terapias efetivas contra a Covid-19 geraram a paralisação dos nossos procedimentos cirúrgicos eletivos, e seguimos todas as indicações dos órgãos públicos e sociedades médicas”, explica a ginecologista Dra. Talitha Alves, membro do NEF.
Mas a especialista faz o alerta: alguns problemas não podem esperar o fim da pandemia. Assim, a retomada gradual se fez necessária e os protocolos de procedimentos cirúrgicos precisaram seguir critérios e um rol de precauções para que pessoas que necessitavam de cirurgias importantes retomassem seus planos, sem correr o risco de uma contaminação pelo coronavírus. As cirurgias minimamente invasivas – a forma mais moderna e indicada em diversas especialidades – surgiram como aliadas neste momento onde a diminuição dos riscos é de fundamental importância. “Existem indicações cirúrgicas de endometriose que não podem esperar a pandemia acabar. Cada dia que passa, pode representar um tempo perdido na vida da mulher que sofre com a doença. E isso inclui a realização de sonhos como a gravidez”, explica a ginecologista.
A mulher com endometriose pode ter sintomas que prejudicam, e muito, o seu dia a dia: intensas cólicas menstruais, menstruação abundante; dores durante a relação sexual, dificuldade e ou dor ao urinar, dor nas costas, sangramento anal na época da menstruação, entre outros. Então cirurgias de endometriose como uretér, reto/sigmoide, infertilidade, apêndice, e aquelas que mantem persistência dos sintomas, devem ser feitas para que essa paciente tenha uma vida mais tranquila, diante de todo o estresse que vem sendo causado por conta da pandemia. “As pessoas, mulheres principalmente, precisam entender que saúde e qualidade de vida não podem esperar o momento ideal. Por isso trazemos sempre, de maneira responsável, as melhores soluções para cada mulher que procura nosso acompanhamento”, finaliza Dra Talitha. Importante pontuar que um princípio da bioética nos mostra que a decisão do momento da cirurgia passa sempre pela exposição dos argumentos médicos em conjunto com à decisão da própria paciente.