O avanço da idade provoca diversas mudanças no organismo e, a partir dos 60 anos, começam a ocorrer alterações corporais, como o aumento de massa adiposa, mudanças fisiológicas e neuromusculares, que podem levar à uma redução da força muscular, da agilidade e da coordenação motora. Além dessas transformações, outros aspectos são afetados, como a sensação de sabor e do paladar, por conta de mudanças na estrutura e função das papilas gustativas. Os idosos também podem apresentar uma diminuição na sensibilidade à sede, o que pode ser uma preocupação em relação à hidratação adequada.
Para garantir uma qualidade de vida melhor, na saúde física e mental, uma alimentação adequada e a prática de atividade física podem ajudar os idosos a viverem essa fase de forma mais saudável. A professora de Nutrição da Unijorge, Karine Beck, explica que uma boa alimentação e o acompanhamento nutricional são essenciais para lidar com essas alterações que são inerentes à idade. Para isso, a docente recomenda uma dieta equilibrada e rica em compostos bioativos, frutas, vegetais e alimentos proteicos, e sempre lembrar de manter a hidratação. A recomendação, de uma forma geral, válida para todas as idades, é também evitar alimentos gordurosos, com grande quantidade de sal ou açúcar, alimentos embutidos, refrigerantes e alimentos ultraprocessados.
“A partir dos 60 anos, as pessoas começam a ser impactadas pelas modificações, alguns irão sentir essa mudança mais cedo e outros mais tarde, pois as necessidades variam entre os indivíduos, mesmo dentro da mesma faixa etária. Mas para todos, é fundamental manter o estado nutricional adequado, para ajudar na diminuição do risco de doenças crônicas, como cardiopatias e diabetes, para a manutenção das atividades corporais, para prevenção da perda de massa muscular e funções importantes como a digestão”, destaca a nutricionista.
Outro fator importante para os idosos é a prática de atividades físicas, que traz benefícios cardiorrespiratórios, neuromusculares e psicológicos, com efeitos sobre a composição corporal e a cognição. Além disso, os exercícios físicos contribuem para retardar o envelhecimento, resultam no bem-estar geral, melhora da autoestima e podem proporcionar mais autonomia para o idoso realizar as atividades do dia a dia.
Segundo o coordenador do curso de Educação Física da Unijorge, Iuri Nascimento, nessa faixa etária, a prioridade é o desenvolvimento da capacidade aeróbica, da flexibilidade, do equilíbrio, da resistência e da força. Entre as modalidades indicadas estão: hidroginástica, pilates, treinamento funcional e musculação. “A atividade precisa gerar satisfação e motivação para o idoso, pois assim a adesão ao programa de exercícios será facilitada e os resultados, inerentes à prática regular, serão otimizados”, destaca.
De acordo com Iuri, para iniciar qualquer atividade física é necessário realizar uma avaliação clínica e funcional para detectar possíveis limitações, antes mesmo da escolha da modalidade a ser praticada. A orientação de um profissional de Educação Física é indicada para determinar intensidade e frequência dos exercícios, para que a atividade seja feita de forma consciente e criteriosa, evitando excessos e lesões. “Vestimenta adequada, estado nutricional e hidratação também são importantes, antes do início de uma sessão de exercícios”, conclui.