Um caso que provocou diversas denúncias foi o de um colégio em Apucarana, no interior do Paraná. As denúncias começaram no mundo virtual e terminaram na delegacia. As estudantes participaram de um movimento mundial que denunciou assédios. Todas usaram a hashtag “exposed”, que significa “exposto”, em inglês.
Segundo a delegada Sandra Nepomuceno, dez vítimas registraram boletim de ocorrência relatando assédios sexuais em sala de aula por um professor. Em seguida, foi instaurado inquérito para apurar a situação.
“Ele pedia para as meninas apagarem o quadro. Elas iam, ele falava: ‘viu, gente? Isso que é mulher, olha o corpo delas’”, diz uma das testemunhas, que pediu para não ser identificada. “Ele olhou pro meio seio e falou: ‘nossa, se aí não der dois litros de leite…’, diz outra jovem que também tem a identidade preservada.
Segundo as vítimas que procuraram a polícia, a maior parte dos casos aconteceu em um colégio particular, um dos mais tradicionais da cidade. As estudantes dizem que eram assediadas nas aulas de um professor com piadas, elogios, pedidos de foto e até toques íntimos. Elas dizem que os elogios inconvenientes eram constantes, e que o professor as convidava para encontros.
As ex-alunas também contam que os assédios teriam acontecido não só dentro de sala de aula, mas também fora dos portões da escola. Duas delas dizem que o professor as levou ao motel.
Segundo Aloisio Ferreira, advogado do professor, tratam-se de denúncias vazias porque o colégio tem câmera de segurança na sala de aula, monitor na sala e inspetor no corredor. “Impossível numa escola particular um aluno ser molestado, não comentar com pai, com mãe, com amigo, quem quer que seja”, afirma.”Eu não estou aqui alegando que ninguém mentiu. Estou querendo dizer que houve sim alguma má interpretação de alguma coisa. Algo houve”.
A delegada Sandra Nepomuceno diz haver indícios de assédio sexual e que o professor usava de brincadeiras para confundir. “A partir do momento que passa a tocar no corpo de uma aluna adolescente e se utiliza do seu status de superior pelo fato de ser professor e ter essa contraprestração de poder, dar nota, tirar nota, não pode haver esse tipo de brincadeira”, afirma.
O professor foi afastado das quatro escolas particulares onde atuava. A advogada Poliana Rossato, que representa uma delas, afirmou que a escola não tomou conhecimento dos fatos anteriormente e que não compactua com nada relacionado ao assédio.
Segundo Sandra Nepomuceno, qualquer brincadeira fora do contexto deve ser denunciada à direção da escola.
Rio
No Rio de Janeiro, o Ministério Público estadual investiga denúncias parecidas, em dois colégios particulares. Uma ex-aluna conta que tinha 16 anos quando foi assediada por um professor. “Ele se posicionou na minha frente, pegou na minha cintura e me deu um beijo na boca”, relatou.
Demorou anos para que ela criasse coragem de denunciar. O incentivo veio com a publicação de denúncias na rede social. Dezenas de meninas passaram a relatar os abusos.
O colégio criou uma ouvidoria para receber as denúncias e já demitiu seis funcionários. O diretor, Jhonatan Pache, afirma que as reações foram diversas. “Teve professor que ficou simplesmente calado, com cara de assustado, outros pediram desculpas, outros citaram que talvez a carreira tenha acabado”, afirma.
Uma outra escola tradicional do Rio de Janeiro também demitiu dois professores por assédio. Oito mulheres, entre mães e denunciantes dos dois colégios, já foram ouvidas pela Polícia Civil. A pena para esse tipo de crime pode chegar a dois anos de prisão.
Para a promotora de Justiça, Rosana Cipriano, é preciso acolher os adolescentes.
Uma das garotas que relatam o assédio afirma que a coação é o maior motivo hoje de muita gente não relatar, não falar. Uma pode não ter voz, mas mais de uma, com certeza”, diz. Outra delas afirma que “alguma coisa tem que acontecer” e que não pode haver impunidade.
R7
Um caso que provocou diversas denúncias foi o de um colégio em Apucarana, no interior do Paraná. As denúncias começaram no mundo virtual e terminaram na delegacia. As estudantes participaram de um movimento mundial que denunciou assédios. Todas usaram a hashtag “exposed”, que significa “exposto”, em inglês.
Segundo a delegada Sandra Nepomuceno, dez vítimas registraram boletim de ocorrência relatando assédios sexuais em sala de aula por um professor. Em seguida, foi instaurado inquérito para apurar a situação.
“Ele pedia para as meninas apagarem o quadro. Elas iam, ele falava: ‘viu, gente? Isso que é mulher, olha o corpo delas’”, diz uma das testemunhas, que pediu para não ser identificada. “Ele olhou pro meio seio e falou: ‘nossa, se aí não der dois litros de leite…’, diz outra jovem que também tem a identidade preservada.
Segundo as vítimas que procuraram a polícia, a maior parte dos casos aconteceu em um colégio particular, um dos mais tradicionais da cidade. As estudantes dizem que eram assediadas nas aulas de um professor com piadas, elogios, pedidos de foto e até toques íntimos. Elas dizem que os elogios inconvenientes eram constantes, e que o professor as convidava para encontros.
As ex-alunas também contam que os assédios teriam acontecido não só dentro de sala de aula, mas também fora dos portões da escola. Duas delas dizem que o professor as levou ao motel.
Segundo Aloisio Ferreira, advogado do professor, tratam-se de denúncias vazias porque o colégio tem câmera de segurança na sala de aula, monitor na sala e inspetor no corredor. “Impossível numa escola particular um aluno ser molestado, não comentar com pai, com mãe, com amigo, quem quer que seja”, afirma.”Eu não estou aqui alegando que ninguém mentiu. Estou querendo dizer que houve sim alguma má interpretação de alguma coisa. Algo houve”.
A delegada Sandra Nepomuceno diz haver indícios de assédio sexual e que o professor usava de brincadeiras para confundir. “A partir do momento que passa a tocar no corpo de uma aluna adolescente e se utiliza do seu status de superior pelo fato de ser professor e ter essa contraprestração de poder, dar nota, tirar nota, não pode haver esse tipo de brincadeira”, afirma.
O professor foi afastado das quatro escolas particulares onde atuava. A advogada Poliana Rossato, que representa uma delas, afirmou que a escola não tomou conhecimento dos fatos anteriormente e que não compactua com nada relacionado ao assédio.
Segundo Sandra Nepomuceno, qualquer brincadeira fora do contexto deve ser denunciada à direção da escola.
Rio
No Rio de Janeiro, o Ministério Público estadual investiga denúncias parecidas, em dois colégios particulares. Uma ex-aluna conta que tinha 16 anos quando foi assediada por um professor. “Ele se posicionou na minha frente, pegou na minha cintura e me deu um beijo na boca”, relatou.
Demorou anos para que ela criasse coragem de denunciar. O incentivo veio com a publicação de denúncias na rede social. Dezenas de meninas passaram a relatar os abusos.
O colégio criou uma ouvidoria para receber as denúncias e já demitiu seis funcionários. O diretor, Jhonatan Pache, afirma que as reações foram diversas. “Teve professor que ficou simplesmente calado, com cara de assustado, outros pediram desculpas, outros citaram que talvez a carreira tenha acabado”, afirma.
Uma outra escola tradicional do Rio de Janeiro também demitiu dois professores por assédio. Oito mulheres, entre mães e denunciantes dos dois colégios, já foram ouvidas pela Polícia Civil. A pena para esse tipo de crime pode chegar a dois anos de prisão.
Para a promotora de Justiça, Rosana Cipriano, é preciso acolher os adolescentes.
Uma das garotas que relatam o assédio afirma que a coação é o maior motivo hoje de muita gente não relatar, não falar. Uma pode não ter voz, mas mais de uma, com certeza”, diz. Outra delas afirma que “alguma coisa tem que acontecer” e que não pode haver impunidade.
R7