Começou, nesta terça-feira (24), a programação cultural da Casa do Benin, no Pelourinho, na Primavera dos Museus. A atividade integra o leque de atrações do Festival da Primavera em parceria com outros museus geridos pelo município. Para abrir os trabalhos, o espaço recebeu 80 estudantes da Escola Municipal Nossa Senhora dos Anjos, do bairro de Brotas, na primeira visita mediada da edição 2024 do projeto.
Até o próximo sábado (28), a Primavera dos Museus acontecerá tanto na Casa do Benin como na Casa do Carnaval, Espaço Pierre Verger de Fotografia, Espaço Carybé de Artes, Memorial Dois de Julho, Cidade da Música e Casa do Rio Vermelho.
Gestor da Casa do Benin, Igor Tiago Gonçalves lembra que a ideia dessa programação é trabalhar a promoção de conhecimento por meio da temática oferecida, que neste ano trata de acessibilidade e inclusão.
“Nossa programação segue até o próximo sábado, com visitas mediadas de estudantes, oficinas de capoeira, feira de empreendedorismo negro feminino, além de realizar uma escuta pública para construção do Plano Museológico da Casa do Benin, buscando determinar caminhos possíveis para a gestão do espaço, de forma coletiva”, disse.
“Estamos participando dessa ação junto à Casa do Benin, com um projeto da escola intitulado “África que habita em mim”. É muito importante trazê-los aqui para conhecer este espaço, um pedacinho da África entre nós, de forma a ampliar o conhecimento e ter subsídios para atividades posteriores, onde irão produzir textos, objetos de artesanato, dentre outros produtos culturais”, explica Verônica Motta, professora de dança da Escola Municipal Nossa Senhora dos Anjos.
Para o estudante Thiago Acioly, de 10 anos, as obras e os detalhes que ele conheceu no museu ajudaram a aumentar seu conhecimento sobre a cultura africana na Bahia. “São objetos que contam histórias, coisas que nunca tinha visto, como armas, artefatos, esculturas e máscaras. Gosto muito de história e estou amando conhecer mais da cultura africana que vi aqui”, revelou.
João Messias Chagas, 10, teve a atenção capturada pelas histórias dos objetos dispostos em cada ala do museu. “Achei uma visita incrível. Conheci um pouco mais da cultura negra, do candomblé e dos orixás. Conheci um jogo de peças bastante interessante, que trata do cotidiano dos negros do Benin”.
Outros espaços – Sob o tema “Museu: acessibilidade e inclusão”, a Primavera dos Museus é uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e visa mobilizar os equipamentos culturais brasileiros a elaborar programações especiais com base nessa temática, permitindo acesso a todos os públicos, independentemente das condições físicas, sensoriais ou cognitivas.
Por conta disso, durante este período, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) promoverá a “Visita Azul”, garantindo horário de visitação gratuita adaptada para atender crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Em homenagem ao mês da pessoa com deficiência, a secretaria terá edições extras das visitas azuis até o dia 29, sempre às 14h. Na quarta-feira (25), a visita ocorrerá no Museu 2 de Julho. No sábado (28), na Casa do Rio Vermelho, e, no domingo (29), nos fortes de São Diogo e de Santa Maria, no Porto da Barra.
Visitas guiadas – Na esteira dessa programação inclusiva, a Primavera dos Museus contará ainda com visitas guiadas em Língua Brasileira de Sinais (Libras), buscando aproximar ainda mais este público do equipamento cultural do município, por meio de audiodescrição e apresentação dos elementos culturais a partir de diferentes formas sensoriais que vão além do que poderia ser observado através do campo visual.
As visitas ocorrerão sempre às 14h, com a primeira edição na sexta-feira (27), no Memorial 2 de Julho; no sábado, nos fortes; e no domingo, na Casa da Música da Bahia.
A programação dos museus contempla ainda uma série de atividades interdisciplinares, a exemplo da oficina de criação de objetos relacionais e placas táteis, visando aproximar os públicos dos conteúdos de forma mais inclusiva, que ocorre nesta quarta-feira (25), no Memorial 2 de Julho; no sábado na Casa do Rio Vermelho, e no domingo nos fortes.
A quarta-feira contempla ainda uma batalha de trap/rap, que apresentará ao grande público mais conhecimento acerca dos gêneros urbanos do rap, trap e hip-hop, por meio de uma disputa de rimas que acontece às 14h, na Casa da Música da Bahia, no Comércio.
No mesmo horário, na Casa do Carnaval, localizada na Praça da Sé, acontece uma oficina a respeito de ondas sonoras e vibrações originadas da musicalidade e instrumentos das religiões de matriz africana. A ação será ministrada pelo ator e performista Alex Gurunga, de forma a proporcionar a investigação das simbologias e mitos dos orixás através de suas danças características.
Fotos: Jefferson Peixoto/ Secom PMS