O Amazonas registrou no ano passado 67,2 casos de tuberculose para cada 100 mil habitantes, mais do que o dobro da média nacional, que foi de 32,4 casos para o mesmo grupo. Os dados colocam o estado, pelo quarto ano seguido, em primeiro lugar no ranking das unidades da federação com as maiores taxas de incidência da doença no Brasil. Apenas um município amazonense, Uarini, não registrou casos da doença em 2016. Até o fim de maio de 2017, 1.108 casos novos foram confirmados no estado, 70 a menos em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Ministério da Saúde e foram divulgados nesta quarta-feira (7) pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS). Apesar dos números, a coordenadora estadual do Programa de Controle da Tuberculose da instituição, Marlucia Garrido, ressaltou que não há um surto da doença no estado e que o alto número de casos está dentro do esperado, já que houve melhora no diagnóstico. “Nós melhoramos muito o acesso e a qualidade do diagnóstico aqui. E isso refletiu no aumento do número de casos, principalmente com a implantação do teste rápido molecular, a partir de 2012, e depois com a descentralização. Isso tem sido de grande contribuição para o diagnóstico correto aqui no Amazonas”, afirmou à Agência Brasil. Segundo Marlucia, a tuberculose é uma das doenças infecciosas que mais mata a população amazonense desde o século passado. São mais de 100 óbitos por ano. A falta de diagnóstico precoce e de tratamento são os principais fatores que contribuem para o alto número de casos. “Essa situação de doença permanente na população, registrada em todos municípios do Amazonas, e que nem todos realizam busca ativa dos casos, faz com que as pessoas doentes transmitam para outras pessoas a bactéria. E a aí nós temos parte da população que está infectada com a bactéria e que, devido a vários fatores, pode adoecer a qualquer momento”, acrescentou a coordenadora.
Bahia Notícias