Depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de considerar a vaquejada inconstitucional, em outubro, a Corte está pronta para julgar uma outra ação condenável do ponto de vista dos defensores dos direitos dos animais: o sacrifício em rituais religiosos.
Ainda em outubro, o ministro Marco Aurélio Mello liberou para o plenário a decisão de um processo que discute o sacrifício de animais em rituais nas religiões de matriz africana. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, marcará uma data para o julgamento, já que ainda não tem previsão para acontecer.
Na ação, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) tenta derrubar o trecho de uma lei do estado que livra de punição por maus-tratos a animais, em cultos e liturgias das religiões de matriz africana, dos que praticam sacrifícios.
Salvador
Conhecida como cidade mais negra do país, e por isso uma das capitais com uma forte influência das religiões afro-brasileiras, a nova pauta do STF envolvendo os animais movimentou a proteção animal de Salvador, sobretudo na voz da militante da causa animal, a advogada e vereadora Ana Rita Tavares (PMB).
Ana Rita se vale da Constituição Federal para não concordar com a morte dos animais. A vereadora usa como base o Artigo 225 da Constituição Federal para criticar o sacrifício nas religiões de origem africana no Brasil.
“Estou à vontade para dizer que não aceito a morte dos animais para satisfazer o ser humano, seja religiosamente, seja para a culinária. Não podemos prestigiar culturas que desmerecem a vida”, afirmou Ana Rita Tavares em entrevista ao Jornal A Tarde, no último dia 29.