Em 2007, o deputado estadual Jurandy Oliveira, então no PDT, era apontado como nome certo na concorrência com Marcelo Nilo, que disputava pela primeira vez a eleição da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) pelo PSDB. Dois dias antes da eleição, Nilo conseguiu um acordo com a oposição e foi para o pleito como candidato único. Na época, Ângelo Coronel, que estava no PR, foi eleito 1º vice-presidente ao lado de Nilo. Dez anos depois, os três mudaram de legenda e de lado: Jurandy foi para a mesma legenda de Nilo (PSL) e Coronel (PSD) passou a enfrenta-lo na disputa pela presidência, ao lado de Luiz Augusto (PP). E, até o momento, ninguém se arrisca a garantir um resultado. O presidente da AL-BA realizou o segundo almoço da campanha nesta quinta-feira (26). Em meio ao recesso parlamentar e às férias de muitos colegas de Casa, fez questão da presença dos apoiadores, principalmente dos amigos. Se Fabrício Falcão (PCdoB) veio de Goiânia (GO) e Fabíola Mansur (PSB) saiu de madrugada de Barra Grande (BA), o compromisso mais marcante e emocionante – nas palavras do próprio Nilo – foi o assumido por Paulo Câmera (PSL), que adiou em um dia uma sessão de quimioterapia, em São Paulo, para permanecer em Salvador. Mais do que prestígio, as 30 cadeiras ocupadas renderam a Nilo um favoritismo, mesmo que ainda discreto demais para se definir uma eleição. O dia havia começado a favor de Coronel e Augusto, que conseguiram “matar dois coelhos com uma cajadada só”: por volta das 9h, Coronel anunciou não só nomes fora do PSD ou PP, como foi desafiado a fazer (entenda aqui), mas colocou ao seu lado dois correligionários de seu concorrente: Alan Castro (PSL) e Manassés (PSL). Depois das 13h, contudo, Nilo conseguiu equilibrar de novo. Marcou a presença de 30 dos 32 votos necessários, a maioria com discursos de apoio veementes ao presidente. E o resultado incomodou o outro lado. Coronel teria ido em pessoa visitar os deputados nos gabinetes para pedir que as pessoas não fossem ao encontro no Barbacoa: ‘Nem pedia votos, só que não fossem ao almoço’, contou um assessor. A seis dias da votação, e com os ânimos cada vez mais exaltados, muita coisa ainda vai acontecer. De um lado, Nilo conta com a experiência política e a argumentação que o garantiu cinco vitórias. Do outro, Coronel (na chapa com Luiz Augusto) conta com a vontade de renovação e o apoio do senador Otto Alencar (PSD), que tem obtido espaços importantes nesta semana: além de disputar a AL-BA, a sigla conseguiu uma secretaria importante do governo estadual na segunda (veja aqui) e a presidência da União dos Municípios da Bahia na quarta (veja aqui). “Agora só falta o governo”, brincou um deputado. No meio de uma base governista dividida aparece a oposição e seus 18 votos, cruciais nesta reta final. O anúncio, porém, só deve ser feito a partir desta sexta (27), quando os oposicionistas se reúnem com o prefeito ACM Neto (DEM) para discutir a melhor proposta. Entre as piadas de parlamentares e os cochichos sobre a eleição, a lembrança mais importante foi a que Jurandy teve, assim que chegou ao restaurante, sobre sua não-disputa em 2007: até a hora da eleição, tudo pode mudar.
Bahia Notícias