Apesar de informações sugerirem que as centrais sindicais estariam divergindo quanto à manutenção da greve geral na sexta-feira (30), na Bahia a manifestação está mantida. No sábado (24), o jornal Folha de S. Paulo divulgou que os dirigentes da Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) de São Paulo teriam voltado atrás na manutenção da greve para o dia 30. No entanto, uma nota conjunta foi assinada informando de que a greve geral está mantida. O lema defendido pela entidade para a greve geral é “vamos parar o Brasil contra a Reforma Trabalhista, em defesa dos direitos e da aposentadoria”. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal deverá ser votada na próxima quarta-feira (28) o relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre a reforma. De acordo com o senador Paulo Paim (PT-RS), o governo pretende votar a reforma no plenário no dia 14 de julho. Segundo o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil da Bahia (CTB-BA), Aurino Pedreira, a greve geral é importante para pressionar o Senado Federal. “Nós estamos com a agenda estreita e apertada para demonstrar para os senadores que a reforma destrói a CLT, inibe direitos e trás um prejuízo muito grande para a massa trabalhadora do país”, disse. O presidente confirmou que houve uma divergência de opiniões entre os presidentes nacionais das centrais sindicais, mas que a reunião realizada na sexta-feira (23) teria firmado em manter a data da greve geral para o dia 30. “A Reforma trabalhista não só corta o direito de trabalhadores conquistados ao longo de uma trajetória histórica, ela acaba com o direito do trabalho, transformando o direito do trabalho em o direito do trabalhador, ferindo a lógica do que se predispõe a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)”, disse Aurino. O presidente da Central Única dos Trabalhadores na Bahia (CUT-BA), Cedro Silva, confirmou os desentendimentos e a manutenção da greve. Cedro destacou que o ato começará com protestos de estudantes em frente ao Iguatemi às 6h e uma caminhada será realizada às 15h da Praça do Campo Grande até a Praça Castro Alves. De acordo com ele, rodoviários, ferroviários, enfermeiros, profissionais da saúde do município, pedreiros, diretores químicos, comerciários, metalúrgicos, entre outros, irão paralisar as atividades na próxima sexta-feira (30). “O movimento está inteiro na greve. Não tem divisão. A divergência da Força Sindical era uma questão interna. A pauta é importante para todos”, disse. Apesar dos pontos de divergência no plano nacional, o presidente da União Geral dos Trabalhadores da Bahia (UGT-BA), Magno Lavigne, também seguiu o tom da CTB-BA e CUT-BA, apesar de sinalizar a possibilidade de seguir negociando com o governo federal. “Nós não fechamos o diálogo com o governo, queremos continuar conversando. O governo propôs uma edição de MP [Medida Provisório]. Se o Senado não fizer emenda, o governo editaria uma MP para retirar absurdos da proposta”, sugeriu Lavigne ao relatar conversas com o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, para avançar nas negociações. O presidente da Força Sindical da Bahia, Emerson Gomes, não foi encontrado para comentar a decisão. Em suas redes sociais, as centrais sindicais divulgaram a nota realizada pelas representações nacionais. “Unidos somos mais fortes. O presidente da CUT-BA espera que a manifestação no Campo Grande supere o número de 80 mil registrado no dia 28 de abril, na última greve geral realizada pelas centrais sindicais unificadas.
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