Um homem denuncia ter sido agredido pelos vizinhos no município de Lauro de Freitas, na RMS (região metropolitana de Salvador). Para o cozinheiro Jonas Nascimento Souza, a violência foi motivada pela sua opção sexual.
Com o rosto ainda inchado, Jonas não contém a emoção ao relembrar as agressões sofridas, pois acredita ter sido vítima de homofobia.
— Eu apanhei, eu fui espancado, porque eu sou gay. Será que a minha opção ofende tanto as pessoas a ponto de eu apanhar e ficar por isso mesmo?
O desentendimento com os vizinhos começou em um terreno nos fundos da casa de Jonas, que estava fazendo a limpeza do local. Ele alega que foi insultado, ameaçado e chegou a ser agredido pela vizinha.
À noite, quando saiu de casa para ir ao mercado, Jonas foi surpreendido e agredido com uma paulada no rosto pelo marido da vizinha.
— No que eu cai, eu fui espancado. O esposo dela, o senhor Robson, veio me empurrando em direção ao terreno da vizinha, que é baldio, em uma fossa, e começou a me agredir.
Outra moradora, Rosimeire Andrade, ainda tentou impedir a violência, mas não conseguiu e correu para pedir ajuda.
— Já veio de lá batendo nele, ele gritando. Quando eu ouvia a voz dele, eu disse não faço assim não. Aí, eu não aguentei mais e fui pedi ajuda.
Após as agressões, o homem foi levado para o HGE (Hospital Geral do Estado) por parentes. Os exames feitos na unidade de saúde mostram que ele teve várias lesões no rosto e uma fratura no maxilar. Depois de passar por uma cirurgia, Jonas afirma que foi vítima de preconceito também dentro da unidade de saúde. Após reclamar da alimentação, ele teria sido expulso do hospital.
— Disseram a mim que eu era meliante. Saiu me puxando de dentro do hospital, saiu comigo até a portaria e me colocou pra fora do hospital.
A Secretaria Estadual de Saúde informou apenas que o médico de plantão assinou a alta do paciente por indisciplina dentro da unidade hospitalar, mas que ele só foi liberado depois de constatado que o estado de saúde era estável.
As agressões foram registradas na polícia, mas os vizinhos que cometeram a violência continuam em liberdade.
R7