Um acervo de objetos do século XIX foi achado por arqueólogos na última segunda-feira (29) no subsolo do Largo do Santo Antônio, no Centro Histórico de Salvador (CHS) – área tombada como Patrimônio do Brasil (1984) pelo governo federal e chancelada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade (1985). “Até agora, os achados são compostos por fragmentos de cerâmicas, faianças finas (cerâmica branca mais porosa que a porcelana), além de vidros, metais e porcelanas”, explica Railson Cotias, mestre em Arqueologia pela Universidade Federal de Sergipe.
Segundo o especialista, os objetos achados até agora são relacionados a usos domésticos, como de cozimento (cerâmica utilitária) ou de servir à mesa (faiança e porcelana). “Estamos analisando a camada em que estes objetos foram encontrados, a partir de 1,5 metro de profundidade, podendo ser provenientes das várias obras de urbanização da praça ou mesmo de alguma relação ao Forte de Santo Antônio, a edificação mais próxima”, relata Cotias.
SANTO ANTÔNIO, RUA CHILE e CENTRO ANTIGO – O bairro de Santo Antônio passa por requalificação das suas principais vias: Rua Direita, Ladeira do Boqueirão e Largo. A iniciativa é do governo estadual através da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (CONDER/Sedur). “A requalificação beneficia 17 mil m² de ruas e calçadas, rebaixamento subterrâneo de fios, com vala e tubos para eletricidade e telecomunicações, além da remoção dos atuais postes”, comenta Maurício Mathias, diretor de Habitação e Urbanização Integrada (Dihab) da CONDER.
O arqueólogo Railson Cotias lembra que também fez o Projeto de Monitoramento e Resgate Arqueológico da Requalificação da Rua Chile. Todas essas obras integram o Projeto ‘Pelas Ruas do Centro Antigo (CAS)’ coordenado pelo escritório da Dihab/CONDER no Pelourinho. A iniciativa pavimenta vias e requalifica calçadas, com acessibilidade, totalizando R$ 124 milhões de investimentos do Governo do Estado, beneficiando 313 ruas, em 11 bairros do CAS, mais a Rua Chile e 17 ruas do CHS.
CONTATOS e AÇÃO SOCIAL – “As prospecções continuarão em outros pontos do Largo até final de julho. Precisamos entender as camadas dos achados, o período dos acervos e suas associações e cronologias com contextos e grupos sociais”, diz Railson. Os locais de escavação são escolhidos por análise de fontes documentais (primárias e secundárias), iconografia, mapas, topografia e características da obra. A CONDER faz ainda proteção e limpeza diária dos trechos das obras, com um setor social em diálogo permanente com a população via telefone (71) 3116-6760 e endereço [email protected]. Mais informações: www.conder.ba.gov.br.