A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) estimou hoje (14) que a arrecadação do setor, excluindo dados dos seguros saúde e de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre (DPVAT), deverá fechar 2021 com aumento de 14,1% sobre 2020, em um cenário otimista, e com alta de 9,4% em um cenário pessimista. Considerando os 12 meses móveis até outubro, a arrecadação do setor alcançou cerca de R$ 303,4 bilhões, aumento de 12,6% igual período no ano passado.
“Só algo muito grave poderá levar a um crescimento inferior a dois dígitos”, externou o presidente da CNSeg, Marcio Coriolano. Para o resultado obtido em 12 meses móveis até outubro, contribuem os segmentos de danos e responsabilidades, com expansão de 13,3% sobre o ano passado, cobertura de pessoas – planos de risco (12,9%), cobertura de pessoas – planos de acumulação (14%), capitalização (3,5%) e saúde suplementar (7,1%, nos quatro trimestres móveis findos no 3º trimestre).
Para esse resultado, contribuem os segmentos de danos e responsabilidades, com expansão de 13,3% sobre o ano passado, cobertura de pessoas – planos de risco (12,9%), cobertura de pessoas – planos de acumulação (14%), capitalização (3,5%) e saúde suplementar (7,1%, nos quatro trimestres móveis findos no 3º trimestre).
Segundo o executivo, já se verificou este ano uma recuperação muito forte do mercado. As projeções para o futuro serão influenciadas pelas condições da economia brasileira e terão expansão sobre uma base mais gorda deste ano, indicou.
Para 2022 ante 2021, as previsões da indústria de seguros são de evolução da arrecadação sem saúde e sem DPVAT, de 2,6%, em um cenário pessimista, e 9%, em cenário otimista. Coriolano afirmou que o setor de seguros “é muito sensível aos atributos de produção, emprego e renda”. Considerou que a crise sanitária levou as pessoas a optarem por suprir necessidades básicas e só depois pensar em seguro. Destacou, entretanto, que 73% dos brasileiros ganham abaixo de dois salários-mínimos e é preciso que o mercado pense em atender essa parcela da população, principalmente com microsseguros e seguros inclusivos.
Inflação e juros
O presidente da CNSeg avaliou que as projeções para o último trimestre de 2021 dependem dos efeitos mais altos da inflação e dos juros sobre a demanda por seguros. Ele acredita que “a competição deverá continuar mais forte, levando a uma diferenciação de negócios, com segmentação de produtos e criação de novos produtos que alcancem o bolso do consumidor”. Comentou, contudo, que ainda é cedo para dizer se a inflação e a taxa de juros podem comprometer de fato o setor.
O presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Antonio Trindade, afirmou que 2021 foi um ano de grande aprendizagem para o setor de seguros. Em razão das novas tecnologias, os seguros de riscos cibernéticos subiram 165%. Tiveram bom desempenho também os seguros de danos e responsabilidades, com arrecadação de janeiro a setembro de R$ 66 bilhões, mais 15% sobre 2020; seguro rural (+45%); seguro residencial (+16%); seguro de riscos de engenharia (+25%); seguro de automóveis (+7%).
A perspectiva, segundo Trindade, é esses segmentos continuarem evoluindo positivamente.
Para o presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), João Alceu, não dá para não falar da pandemia da covid-19, que afetou, em particular, os seguros de saúde e de vida. Desde março do ano passado até agora, o setor de saúde suplementar como um todo registrou 500 mil internações por covid, 6 milhões de exames de covid, a um custo da ordem de R$ 26 bilhões, não previsto.
“É um impacto na veia das operadoras de saúde”. Disse que apesar das mortes por covid-19 em todo o país, as seguradoras de saúde atenderam todos os seus clientes dentro das bases contratadas. A base de beneficiários, que sofreu redução de 300 mil pessoas no início da pandemia, já adicionou 1,9 milhão desde junho de 2020.
Incertezas
O presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), Jorge Nasser, lembrou que 2021 continuou mostrando um cenário desafiador e de incertezas provocadas pela covid-19. Até outubro, as indenizações decorrentes das mortes pela doença alcançaram mais de R$ 5,5 bilhões, sem contar as devoluções por morte nos planos de previdência. Os sinistros pagos até outubro somaram R$ 14,2 bilhões.
Já o presidente da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), Marcelo Farinha, comentou que de janeiro a outubro deste ano, a capitalização cumpriu o seu papel, com arrecadação de R$ 17 bilhões. A capitalização é a segunda camada de proteção da sociedade, disse. A primeira é o Estado. A expectativa de Marcelo Farinha é o segmento de capitalização crescer a dois dígitos em 2022, atingindo entre 14% e 15%.
Agência Brasil