O artista plástico Iaco Viana foi preso ao fazer pichações de protesto contra o prefeito João Doria na Avenida 23 de Maio, que liga o centro da capital paulista à zona sul. Segundo a prefeitura, ele foi detido na companhia de outro jovem, por volta das 20h de ontem (22), sob o Viaduto Paraíso, com uma lata de spray e máscara de pintor.
Ambos foram conduzidos ao 78º Distrito Policial e liberados após a assinatura de um termo circunstanciado. Ainda de acordo com a administração municipal, “o autor da pichação será multado nos termos da Lei Cidade Linda”.
Em janeiro, Iaco havia feito um protesto semelhante ao escrever 12 vezes Doria na 23 de Maio. No início do ano, alguns dos mais famosos painéis e grafites da cidade foram apagados na avenida. As pinturas foram removidas como parte do programa municipal Cidade Linda. Devido à ação, Iaco foi chamado para depor no Departamento Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil.
Desta vez, além do nome do prefeito, ele escreveu “muro censurado” nos paredões da avenida. “Pena perder um espaço onde praticamente comecei a pintar por causa de ego e disputa política”, escreveu o artista nas redes sociais.
Lei antipichação
Desde que assumiu a gestão municipal, Doria endureceu o combate aos pichadores, intensificando as ações da Guarda Civil Metropolitana contra quem faz intervenções não autorizadas em muros e imóveis na cidade.
No início de março, foi sancionada a lei que estipula multa de até R$ 10 mil para pichadores. A penalidade pode, no entanto, ser evitada se o autor da ação reparar o local pichado em até 72 horas, participar de uma atividade de zeladoria urbana ou aderir a um programa educativo para incentivar o desenvolvimento da prática de grafite.
Pela legislação, para que um pichador não seja multado, ele pode reparar o bem pichado ou prestar serviço em outra atividade de zeladoria urbana. Ele também pode aderir a um programa educativo para incentivar o desenvolvimento da prática de grafite.