O Atlas da Violência 2020, realizado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado nesta quinta-feira (27), revelou que houve um aumento no número de homicídios de pessoas negras de 11,5%. Enquanto que entre não negros, o número de homicídios caiu 12,9%. O levantamento mostra o número de assassinatos ocorridos entre 2008 e 2018.
O estudo mostrou ainda que em 2018 ocorreram 57.956 homicídios em todo o país, uma redução de 12% em relação a 2017. Segundo o estudo, as maiores taxas de homicídio estão nos estados de Roraima (71,8%), Ceará (54%), Pará (53,2%), Rio Grande do Norte (52,5%), Amapá (51,4%) e Sergipe (49,7%). Os estados com menores taxas estão Mato Grosso do Sul (20,8%), Piauí (19%), Distrito Federal (17,8%), Mina Gerais (16%), Santa Catarina (11,9%) e São Paulo (8,2%0.O Altas apontou que 12.310 mortes não tiveram causa definida. Em relação ao perfil das pessoas assassinadas, 91,8% são homens e 8% são mulheres. A taxa de escolaridade de sete anos é de 74,3% entre os homens e 66,2% entre as mulheres. Homens negros tem um risco de ser vítima 74% maior. Mulheres negras têm um risco de ser vítima 64,4% maior. Sábado e domingo foram os dias com mais frequência de homicídios.
O estudo também demonstrou os cenários de violência contra a mulher e contra jovens. Segundo o levantamento, 4.519 foram assassinadas em 2018, sendo 68% das vítimas mulheres negras. Entre os anos de 2008 e 2018, os homicídios de mulheres negras aumentaram 12,4% e de não negras reduziram 11,7%. A partir desses números, é possível dizer que uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil.
Entre os jovens, 30.873 morreram vítimas de homicídios no ano de 2018, 53,3% do total de vítimas. O homicídio foi a principal causa de óbitos entre homens jovens: 55,6% das mortes ocorreu entre 15 e 19 anos, 52,2%, entre 20 e 24 anos e 43,7% entre 25 e 29 anos. O estudo demonstrou ainda que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente reduziu a escalada da violência contra crianças e adolescentes. Antes da legislação, o crescimento médio anual de mortes do zero aos 19 anos era de 7,8% e depois do Estatuto passou para 3,1%
R7