A agricultura familiar baiana avança nas práticas de conservação do meio ambiente, buscando realizar as atividades rurais com menor impacto ambiental. Por meio da assistência técnica e extensão rural (Ater), de órgãos da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e instituições parceiras, os agricultores recebem apoio que vão desde o plantio em nível para conservação do solo, distribuição de mudas para recomposição de mata ciliar até processos de certificação participativa de produção orgânica.
Na propriedade do agricultor familiar Adalvo Dourado – localizada na comunidade de Grota da Gia, no município de Antônio Gonçalves, no centro norte da Bahia -, onde criou os cinco filhos e mora com a esposa, todo o trabalho é realizado pensando na qualidade de vida e na preservação ambiental.
O agricultor sente orgulho de dizer que o sustento da família vem daquilo que a terra produz. Na propriedade, é possível encontrar uma horta variada, plantação de frutas e verduras, criação de aves, peixes, gado e um grande tesouro: uma nascente. “Cuido de tudo no capricho, é da terra que tiro o sustento da família. Cuidar do ambiente que vivo é cuidar da minha própria vida”, afirma Adalvo, que foi comercializando o que produz que conseguiu oferecer formação universitária para quatro filhos.
Grota da Gia é uma das comunidades do Território Piemonte Norte do Itapicuru que estão sendo atendidas pela Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), vinculada à SDR. No local foi implantado um biodigestor para produção de biofertilizante e biogás, e o uso alternativo de produtos no combate a pragas e doenças nas culturas, a compostagem a partir de restos de culturas, regularização ambiental, construção de canteiros econômicos e reservas estratégicas para alimentação animal.
Qualidade de vida
Segundo o técnico Baden Pereira, da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar, entidade contratada pela Bahiater para a prestação de serviços de Ater no município, todo o trabalho realizado é voltado para que o agricultor tenha melhor qualidade de vida. “O reflorestamento, a conscientização da importância da preservação ambiental para todos da comunidade e a produção agroecológica são ações que intensificam o trabalho, que também vem sendo realizado nos municípios de Senhor do Bonfim, Ponto Novo, Campo Formoso, Andorinha, Antônio Gonçalves e Jaguarari”.
Para o agricultor Adalvo, a Ater resolveu problemas como a falta de água, dificuldade encontrada por todo semiárido nordestino. “A gente não tem como fazer chover, mas tem como cuidar das coisas que Deus já deixou pronto pra ajudar a gente a sobreviver. A seca chega de repente e não tem dó de ninguém. A gente antes não tinha limite, saía botando fogo e desmatando sem saber das consequências. Esse pessoal da Ater trouxe informação. Agora cuido da minha terra e da minha nascente, que é o que ajuda a gente a viver”.
Secom