Em poucos minutos, o estacionamento coberto do Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, pode ser transformado em mais um núcleo de emergência da instituição. O espaço, que diariamente guarda os veículos de alguns profissionais de saúde, foi projetado para ser facilmente adaptado ao tratamento de vítimas de desastres de grandes proporções. Inaugurado há um ano, mas nunca demandado, o Centro de Atendimento a Múltiplas Vítimas está preparado para garantir atendimento, caso haja necessidade, durante todo o Carnaval.
“O HGE é o principal hospital de Salvador da rede SUS [Sistema Único de Saúde] no Carnaval de Salvador. Referência no atendimento a traumas, o HGE tem o único pátio de múltiplo atendimento da Bahia. Evidentemente que não queremos precisar utilizar os serviços do centro, mas, se precisarmos, poderemos contar com esse importante serviço”, destaca o secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas.
Uma simulação de atendimento foi realizada nesta terça-feira (21), com a presença do vice-governador João Leão. Com investimentos de mais de R$ 800 mil, o centro está apto a receber e tratar mais de 25 vítimas simultaneamente. O espaço é equipado com toda a infraestrutura de oxigênio, rede elétrica e demais características de uma emergência hospitalar. As vítimas que chegam passam por uma triagem e são encaminhadas rapidamente para os leitos adequados à gravidade dos ferimentos.
“No caso de um acidente com múltiplas vítimas, o paciente vai ter à disposição tudo o que uma sala de emergência dispõe em qualquer hospital. A diferença é o espaço. Aqui é possível abrigar um número maior de acidentados para o atendimento”, afirma o diretor-geral do HGE, André Luciano.
Na unidade, primeira do tipo implantada no Brasil, as vagas de estacionamento viram leitos hospitalares e a organização de toda área é feita por cores. O azul representa o espaço e a equipe de triagem. O amarelo é voltado para equipe e casos de gravidade intermediária. Enquanto o vermelho é válido para situações em que haja risco de morte.
Uma equipe de assistentes sociais é responsável pela identificação das vítimas, acolhimento das famílias e pelo fluxo da informação. Médicos, enfermeiros, auxiliares e o corpo administrativo atuam em regime de plantão e podem ser acionados a qualquer momento.
Foto: Elói Corrêa/GOVBA