Países de média e baixa renda registram, anualmente, cerca de 5 milhões de mortes devido ao atendimento médico precário. A estimativa é de um estudo conduzido pela Comissão de Saúde Global de Alta Qualidade e divulgado nesta quinta-feira (6).
Apesar de progressos significativos registrados em países de baixa e média renda, o levantamento mostrou que o atendimento precário no sistema de saúde é responsável por um número maior de mortes do que a falta de acesso. Segundo o G1, entre os principais problemas listados estão falta de respeito, consultas rápidas e falhas, além de preconceito.
O número total de mortes por cuidados de baixa qualidade por ano chega a ser, de acordo com a estimativa, cinco vezes maior do que as mortes anuais por HIV/Aids (cerca de 1 milhão) e mais de três vezes maior do que as mortes por diabetes (1,4 milhão).
A pesquisa reuniu 30 acadêmicos, formuladores de políticas e especialistas em sistemas de saúde de 18 países que analisaram como medir e melhorar a qualidade de sistemas de saúde em todo o mundo.
“O cuidado de qualidade não deve ser um privilégio da elite ou uma aspiração para um futuro distante. Deve ser o DNA de todos os sistemas de saúde”, afirmou a presidente da Comissão, Margaret E Kruk, da Universidade de Harvard.
A estimativa aponta que, no Brasil, 153 mil mortes sejam causadas por ano devido ao atendimento de má qualidade, enquanto 51 mil estão relacionadas à falta de acesso ao atendimento. Os pesquisadores ressaltam que os valores são conservadores após a subtração de casos de doença que deveriam ter sido evitados por fortes medidas de saúde pública.
Bahia Notícias