De acordo com dados do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, divulgados na última sexta-feira (28), no ano de 2021, 69 trabalhadores foram encontrados em condições análogas à de escravo e resgatados pela Inspeção do Trabalho na Bahia. Treze deles na capital baiana, que também registrou maior número de Autos de Infração Lavrados em todas as Classificações Nacionais das Atividades Econômicas (CNAEs). Sessenta ao todo. O dado indica crescimento no número de trabalhadores em condições vulneráveis de trabalho.
Ao comparar com o ano de 2019, quando Auditores Fiscais do Trabalho realizaram 21 resgates na Bahia, houve aumento de cerca de 30% de trabalhadores em situação análoga à escravidão. Para o Auditor e presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho do Estado da Bahia (SAFITEBA), Mário Diniz, este aumento reflete a situação de vulnerabilidade socioeconômica em que o brasileiro se encontra neste momento de pandemia, se submetendo a subempregos e ao isolamento social imposto pela crise sanitária mundial e por seus patrões na tentativa de garantir algum sustento. “Em todo o Brasil, 47% dos trabalhadores resgatados no ano de 2021 eram nordestinos e 80% deles se autodeclararam negros ou pardos. A maioria possui apenas o Ensino Fundamental incompleto e desconhecem seus direitos trabalhistas. Por isso, as ações de fiscalização realizadas pelos Auditores Fiscais do Trabalho são fundamentais para garantir o trabalho digno”, destaca Mário Diniz.
Denúncias – Irregularidades trabalhistas podem ser denunciadas de forma sigilosa pelo link https://denuncia.sit.trabalho.gov.br. As denúncias de trabalho análogo ao escravo também podem ser feitas de forma remota e sigilosa pelo Sistema Ipê: https://ipe.sit.trabalho.gov.br/#!/