*Psicóloga Raquel Mello
No mês do outubro rosa, mês de conscientização para o controle do câncer de mama, é importante falarmos também de como o câncer pode afetar o psicológico de quem descobre a doença. O câncer de mama ataca a feminilidade da mulher e muitas vezes pode ser muito agressivo necessitando a retirada da mama. O apoio de um profissional da psicologia irá auxiliar a mulher a tornar possível o entendimento de seus medos, angústias, rejeições e outros fatores que influenciam na resposta ao tratamento.
A partir do diagnóstico, a mulher deve estabelecer uma rede de apoio com médicos, psicólogo, nutricionista, fisioterapia, familiares, amigos e outros que participar desse tratamento. Além disso, existem os psicólogos do serviço público que dão suporte, algumas clínicas e hospitais especializados tem esse serviço gratuito para oferecer às mulheres, e existem diversos grupos de apoio conduzidos por psicólogos. A mulher não deve se sentir sozinha nessa jornada.
Sobre a vaidade feminina, vale ressaltar que existe uma cobrança excessiva em relação as mulheres terem o corpo, cabelo e pele perfeitos. Em situações como o câncer, não se consegue ter controle sobre isso. Autoestima significa amar a si mesmo e sua composição está ligada a autoaceitação, autoconfiança e autoconhecimento. Ter autoestima não está ligado ao outro, mas, sim, a si próprio.
Além disso, a imagem está ligada à autoaceitação e ao entendimento. Trabalhar a autoestima não tem a ver com usar o lenço para esconder a falta de cabelos, a cabeça careca, e sim em usar o lenço porque você gosta e se acha bonita. Mas porque te faz bem.
Uma curiosidade que vale ser compartilhada é que a sexualidade é considerada pela OMS uma necessidade básica do ser humano. Estudos nos EUA analisam o impacto positivo que a prática sexual tem no bem-estar do paciente. Então, cuidar de si mesma, é se sentir bem, manter sua vida sexual saudável e principalmente trabalhar a tríade da autoestima: autoconhecimento, autoaceitação e autoconfiança. Não é fácil passar por um câncer, mas você pode e deve ter ajuda.
Acho necessário comentar a importância de acreditar na cura. Acreditar não é apenas uma ajuda na sensação de bem-estar. Acreditar na cura, faz com que a mulher trabalhe todo seu organismo, seus neurotransmissores, seu cérebro para achar caminhos para cura. Acreditar é o primeiro passo para qualquer coisa que iremos fazer, principalmente a cura. A cura começa por você acreditar que irá acontecer. Sendo positiva o tratamento se torna mais leve e a esperança vem.
(*) Raquel Mello é Psicóloga; Psicoterapeuta Clínica; Coach de carreira; Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental pela CBI of Miami. É ainda Professora Universitária de Pós-graduação em Gestão de Pessoas; Coautora do livro “As Interfaces do Ser Adolescente” e autora do ebook 50 exercícios para alívio da ansiedade.