O risco mais iminente é de o poluente chegar às praias do Espírito Santo, estado ao sul da Bahia. E por isso o governo capixaba criou nesta semana o Comitê de Preparação da Crise, que fará a coordenação de ações de monitoramento e terá a participação de órgãos federais como a Marinha.
As manchas chegaram a Itacaré, ao sul de Salvador, segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). A distância até as primeiras cidades do Espírito Santo ainda é grande – mais de 480 km em linha reta. Ainda assim, o governo capixaba fará reuniões com as prefeituras de cidades do norte do estado, como Conceição da Barra, São Mateus e Linhares. O objetivo é unificar informações e definir ações preventivas.
A preocupação faz sentido, uma vez que as correntes marítimas favorecem o transporte de poluentes em direção ao sul do país.
Segundo Carina Bock, pesquisadora do Coppe UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro), a chamada Corrente do Brasil, que acompanha a costa no sentido sul, pode favorecer a chegada do óleo ao Sudeste, mas ainda não é possível determinar se isso vai realmente ocorrer. “É uma hipótese. A circulação favoreceria esse possível deslocamento”, afirma.
O grupo da UFRJ da qual Carina faz parte já fez uma projeção para determinar a origem possível do óleo, que seria em uma área a cerca de 600 km da costa brasileira, na direção dos estados de Pernambuco e Alagoas. Os pesquisadores agora usarão outros modelos para determinar onde o óleo pode chegar.
A corrente do Brasil é uma continução da corrente Sul Equatorial, que cruza o Oceano Atlântico na direção da África para o Brasil e que, ao se aproximar do Nordeste, divide-se em uma vertente norte e outra sul – essa, que segue em direção a Bahia, acompanha o litoral brasileiro em direção ao Uruguai.
De acordo com Maria Clara Sassaki, meteorologista da Somar Meteorologia, há ainda uma frente fria estacionaria entre o Espírito Santo e a Bahia que acaba intensificando os ventos naquela região. “Pode favorecer a agitação marítima e o transporte do óleo para mais perto da costa”, diz.
Caso o óleo realmente chegue ao Espírito Santo, será o segundo episódio de danos ambientais significativos em poucos anos. Em 2015, o estado foi atingido pela lama do rompimento da barragem da Vale em Mariana, em Minas Gerais. A lama percorreu o Rio Doce e chegou ao Espírito Santo, afetando não só o abastecimento de diversos municípios como também a pesca.
Outros estados
Já os demais estados do Sudeste, apesar de estarem mais distantes do Nordeste, também buscam monitorar e se antecipar à chegada do óleo.
O Inea (Instituto Estadual do Meio Ambiente do Rio de Janeiro) afirmou que possui um plano de contingência que encontra-se no estágio de vigilância. A Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) criou um grupo especial de trabalho para acompanhamento e vigilância das manchas de óleo na costa brasileira, formado por técnicos da Seas, do Inea e do Departamento de Recursos Minerais do estado.
Em São Paulo, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente informou que também acompanha a situação. “O governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e da Defesa Civil, acompanha o caso e as ações que vêm sendo adotadas no âmbito federal. As equipes de emergência química da Cetesb, da Polícia Ambiental, os especialistas das universidades e do IPT estão alertas e prontos para atuar de acordo com as diretrizes da União e em parceria com os municípios”, informou a pasta.
R7
O risco mais iminente é de o poluente chegar às praias do Espírito Santo, estado ao sul da Bahia. E por isso o governo capixaba criou nesta semana o Comitê de Preparação da Crise, que fará a coordenação de ações de monitoramento e terá a participação de órgãos federais como a Marinha.
As manchas chegaram a Itacaré, ao sul de Salvador, segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). A distância até as primeiras cidades do Espírito Santo ainda é grande – mais de 480 km em linha reta. Ainda assim, o governo capixaba fará reuniões com as prefeituras de cidades do norte do estado, como Conceição da Barra, São Mateus e Linhares. O objetivo é unificar informações e definir ações preventivas.
A preocupação faz sentido, uma vez que as correntes marítimas favorecem o transporte de poluentes em direção ao sul do país.
Segundo Carina Bock, pesquisadora do Coppe UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro), a chamada Corrente do Brasil, que acompanha a costa no sentido sul, pode favorecer a chegada do óleo ao Sudeste, mas ainda não é possível determinar se isso vai realmente ocorrer. “É uma hipótese. A circulação favoreceria esse possível deslocamento”, afirma.
O grupo da UFRJ da qual Carina faz parte já fez uma projeção para determinar a origem possível do óleo, que seria em uma área a cerca de 600 km da costa brasileira, na direção dos estados de Pernambuco e Alagoas. Os pesquisadores agora usarão outros modelos para determinar onde o óleo pode chegar.
A corrente do Brasil é uma continução da corrente Sul Equatorial, que cruza o Oceano Atlântico na direção da África para o Brasil e que, ao se aproximar do Nordeste, divide-se em uma vertente norte e outra sul – essa, que segue em direção a Bahia, acompanha o litoral brasileiro em direção ao Uruguai.
De acordo com Maria Clara Sassaki, meteorologista da Somar Meteorologia, há ainda uma frente fria estacionaria entre o Espírito Santo e a Bahia que acaba intensificando os ventos naquela região. “Pode favorecer a agitação marítima e o transporte do óleo para mais perto da costa”, diz.
Caso o óleo realmente chegue ao Espírito Santo, será o segundo episódio de danos ambientais significativos em poucos anos. Em 2015, o estado foi atingido pela lama do rompimento da barragem da Vale em Mariana, em Minas Gerais. A lama percorreu o Rio Doce e chegou ao Espírito Santo, afetando não só o abastecimento de diversos municípios como também a pesca.
Outros estados
Já os demais estados do Sudeste, apesar de estarem mais distantes do Nordeste, também buscam monitorar e se antecipar à chegada do óleo.
O Inea (Instituto Estadual do Meio Ambiente do Rio de Janeiro) afirmou que possui um plano de contingência que encontra-se no estágio de vigilância. A Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) criou um grupo especial de trabalho para acompanhamento e vigilância das manchas de óleo na costa brasileira, formado por técnicos da Seas, do Inea e do Departamento de Recursos Minerais do estado.
Em São Paulo, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente informou que também acompanha a situação. “O governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e da Defesa Civil, acompanha o caso e as ações que vêm sendo adotadas no âmbito federal. As equipes de emergência química da Cetesb, da Polícia Ambiental, os especialistas das universidades e do IPT estão alertas e prontos para atuar de acordo com as diretrizes da União e em parceria com os municípios”, informou a pasta.
R7