Com o objetivo de debater a conservação, preservação e sustentabilidade dos ambientes costeiro e marinho, e a recuperação econômica pós-pandemia, os Governos da Bahia e de Portugal se uniram para realização da segunda edição do Fórum Internacional de Meio Ambiente e Economia Azul, que este ano, por conta da pandemia do Covid-19, acontece totalmente on-line. O encontro iniciou hoje (23) e segue até sexta-feira (25), em www.forumeconomiaazulbahia. com.br.
Em sua mesa de abertura virtual, o evento contou com a participação do ministro de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, Dr. Manoel Heitor; do secretário do Meio Ambiente da Bahia, João Carlos Oliveira, representando o governador Rui Costa; da diretora-geral do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Márcia Telles; do CEO do Air Centre Portugal, Miguel Belló; da presidente da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), Cristina Seixas; do vice-reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), prof. Paulo Miguez; e do superintendente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Vladson Bahia Menezes.
Em sua fala, o ministro de Portugal destacou o protagonismo da Bahia na formação de uma rede de colaboração científica e tecnológica para o desenvolvimento de políticas, programas e projetos de investigação do Oceano Atlântico. “Nossas atividades são orientadas para fomentar a criação de novos e melhores empregos aliados com o desenvolvimento sustentável. O que está em jogo são as novas gerações, portanto o Air Centre é o futuro. E a Bahia lidera a expansão dessa rede colaborativa e distribuída internacionalmente”, disse o ministro, que elencou ainda as três áreas prioritárias de ação apresentadas no último relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
“Este novo relatório da OCDE enfatiza a crescente importância da ciência e das tecnologias para melhorar o desenvolvimento econômico sustentável de nossos mares e oceanos, colocando os ecossistemas marinhos no centro de muitos dos desafios globais do mundo. Ele identifica três áreas prioritárias de ação, que produzam resultados positivos para os negócios e o ambiente oceânico em uma gama de aplicações marinhas e marítimas; que possibilitem a criação de redes de inovação na economia oceânica; e promovam novas iniciativas pioneiras para melhorar a medição da economia oceânica”, afirmou o ministro.
Para o secretário do Meio Ambiente, João Carlos Oliveira, o Fórum Internacional do Meio Ambiente destaca-se não só por sua programação técnica, mas, principalmente, pelas redes de cooperação que poderão ser formadas a partir daqui. “Com os seus 1.100 quilômetros de costa, o maior litoral do Brasil, a Bahia tem enorme potencial de geração de recursos na economia azul. Nada mais natural, portanto, que nos debrucemos sobre as numerosas possibilidades de desenvolvimento sustentável dessa biodiversidade”, avaliou o secretário, destacando a participação da Bahia e do Nordeste brasileiro, que se juntam a outros países de língua portuguesa situados na costa do Oceano Atlântico para avançar em uma economia viável, socialmente justa e ecologicamente equilibrada.
Também como resultado dessa articulação, os nove estados do Nordeste realizam, paralelamente ao Fórum, o primeiro Encontro da Rede Nordeste de Meio Ambiente. “Neste encontro, será apresentado aos representantes do Consórcio Nordeste os projetos elaborados conjuntamente pelos estados para captação de recursos, e discutiremos sobre a criação de fundos ambientais com recursos da Compensação, além da criação de um programa integrado de enfrentamento às mudanças climáticas”, disse João Carlos.
A promotora e presidente da Abrampa, Cristina Seixas, ressaltou a importância de se incentivar uma economia de baixo carbono e atividades que sejam implementadas pensando no funcionamento dos ecossistemas, soluções propostas pela nova economia azul. “A Abrampa é uma instituição que congrega todos os ramos do Ministério Público com mais de 500 associados que atuam diuturnamente na defesa do meio ambiente. E entendemos que há uma desgovernança ambiental no país. Estamos vivendo tragédias como a que ocorre no Pantanal, na Amazônia, e no Matopiba. Precisamos efetivamente de uma mudança de padrão de gestão ambiental e de utilização desses recursos, que impeçam os retrocessos de proteção de direito de viver em um meio ambiente equilibrado e com justiça social”, afirmou Seixas.
Todo o conteúdo do Fórum ficará disponível na íntegra pela página: youtube.com.br/aircentre. Para participar das atividades, basta efetuar a inscrição pelo site do evento.