A Bahia lidera o ranking de mortes violentas de jovens do sexo masculino, com idades entre 15 e 24 anos, conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na quarta-feira (31).
De acordo com a pesquisa, em 2017, 3.430 pessoas do sexo masculino morreram vítimas de acidente, suicídio, afogamento e homicídio. Trinta e seis casos a mais que em 2016, que totalizou 3.394. A Bahia fica à frente até de São Paulo, que é o estado mais populoso do país.
Conforme aponta a pesquisa, pelo segundo ano consecutivo a Bahia aparece em primeiro lugar no ranking nacional de mortes por causas externas, termo usado pelos pesquisadores que fizeram o estudo.
Para o sociólogo, Luiz Lourenço, que estuda o comportamento das pessoas em sociedade, a realidade apontada na pesquisa deve se manter a curto prazo.
“Quando a gente olha esse perfil da vítima de homicídio, desse jovem, a gente vê uma série de características comuns. Eles são moradores de periferia, são sempre pobres, são sempre negros. Então é um perfil desprovido de qualquer tipo de política pública mais voltada a prevenção dessa vulnerabilidade, desse perfil específico. Ele acumula uma série de desvantagem social e por fim, ele ainda acaba sendo vítima de homicídio”, explicou Lourenço.
Casos
Ainda segundo a pesquisa, a violência aparece como um dos principais motivos para essas mortes. Entre as vítimas da violência está Robson de Jesus Santos Junior, de 19 anos, que morreu em setembro deste ano. Robson, foi jogado ao mar junto com outras três pessoas depois de um assalto.
A vítima não sabia nadar e acabou morrendo afogado. O corpo foi encontrado por pescadores no mar do bairro de Plataforma, em Salvador.
Outro caso foi o do adolescente Claudson Alberto Silva Júnior, de 15 anos, que morreu após ser baleado em um assalto no bairro da Barra, na capital baiana, há um ano e sete meses.
O estudante chegava em casa do colégio, quando no portão do prédio foi parado por dois ladrões que tentaram roubar a mochila dele. Claudson resistiu e foi baleado. O adolescente ficou dois dias internados, mas não sobreviveu.
G1