Apenas neste ano 4.652 pessoas morreram baleadas vítimas de arma de fogo.Todos os dias, 12 pessoas perdem suas vidas. A Bahia ostenta o primeiro lugar no ranking, sendo seguida por Ceará (3.800), Rio de Janeiro (3.656) e São Paulo (3.536).
O Anúario, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divide as mortes por agressão, por instrumento utilizado. Depois das armas de fogo, o mais usado nesse tipo de crime são objetos cortantes, as armas brancas. Na Bahia, foram 881 em 2014. Outros instrumentos somam 364, totalizando 5.897 mortes por agressão no estado. O total é menor do que o estado de São Paulo (5.940), que possui um alto número de mortes por armas brancas (1.750).
A cada cinco mortos por agressão na Bahia, quatro são por arma de fogo. O uso desse instrumento corresponde a 78,9% do total. Esse tipo de arma é ainda mais utilizado em Alagoas (86,8%), Rio Grande do Norte (81,9%) e Sergipe (81,8%). Os únicos estados onde as armas brancas matam mais gente do que armas de fogo são Roraima e Tocantins.
Apreensão
Apesar do alto número de mortos por armas de fogo, a Bahia apreende menos esse tipo de arma do que outros estados. No Anuário, os pesquisadores apontam a falta de políticas específicas de apreensão de armas nos estados. A Bahia apreendeu, em 2015, 5.263 armas. O número é a soma das apreensões das polícias estaduais e federais.
De 2014 para 2015, houve um aumento de 7,1% nas apreensões. Mesmo assim, a quantia deste ano coloca a Bahia bem abaixo de estados como Minas Gerais (23.227), São Paulo (18.605) e Ceará (11.675). Rio de Janeiro (9.268) e Paraná (7.337) também realizaram mais apreensões do que a Bahia em 2015.
Outro lado
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) se posicionou sobre o assunto:
“A Secretaria da Segurança Pública da Bahia, antes de responder às perguntas, reforça que não se pode comparar os estados e criar rankings, haja vista que a contabilização dos homicídios são distintas. A própria pesquisa destaca que não é recomendada a comparação, tendo em vista que as mortes violentas pesquisadas são catalogadas de maneira não padronizada, com alguns estados utilizando a categoria ‘mortes a esclarecer’ em vez de homicídios. Posto isso, a SSP ressalta que mapeia as machas criminais no estado e, assim como em todo o país, a arma de fogo é a ferramenta mais utilizada na prática de assassinatos. A maioria dessas mortes (o número gira em torno de 70 a 80%) tem relação direta com o tráfico de drogas. São pessoas que fazem parte das quadrilhas ou usam entorpecentes e não pagam. O combate a esse comércio ilegal é feito de maneira incessante pelas forças de segurança estaduais, porém leis mais rígidas tornariam esse trabalho mais eficaz e diminuiriam a sensação de impunidade para a população.”
Varela Notícias