Quase 400 policiais militares foram expulsos da corporação na Bahia entre 2011 e 2020 por crimes motivados por homicídios e formação de quadrilha. A informação foi divulgada à TV Bahia, nesta sexta-feira (22), por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
De 2011 até 2020, foram 397 demissões. O maior número de casos foi em 2014, quando 79 policiais militares foram demitidos.
Em todo o ano passado foram 17 expulsões. Neste ano, até o começo de agosto, o número mais que dobrou: foram 38 casos.
Dentre os motivos das demissões, estão registros de crimes graves como homicídios, formação de quadrilha e grupos extermínio, além de tortura, extorsão mediante sequestro, e roubo.https://a8168d4c4a7cd7f989f33b48da6e2239.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Crimes como esses passam por detalhadas apurações nas corregedorias da Polícia Militar e da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). Em muitos casos, a conclusão das investigações resulta na demissão dos investigados.
A reportagem da TV Bahia tentou posicionamento sobre os casos, mas a Polícia Militar não respondeu até a publicação desta matéria.
Apesar dos esforços das corregedorias, o sociólogo e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Marcos Rolim, defende, nacionalmente, que as investigações desses crimes impõem aos policiais o constrangimento de investigar colegas de corporação, e de muitos níveis de hierarquia.
“Seria muito importante que nós tivéssemos uma função independente, autônoma de corregedoria, com uma carreira própria em todas as polícias do mundo, das sociedades democráticas, há instituições desse tipo, que fazem a correição completamente de forma autônomas das atividades policiais”, afirmou.
Além das corregedorias, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) criou em junho desse ano o Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública, que tem dentre as prioridades exercer funções institucionais de controle externo da atividade policial.
Desde a criação, o órgão afirmou que está com 14 atuações conjuntas para apurar desvios e abuso do poder da polícia.
Para a polícia, o mais recente desafio de investigação envolve o vídeo que flagrou PM’s executando um homem, supostamente rendido, com vários tiros na comunidade do Calafate, no bairro da Fazenda Grande do Retiro, em Salvador.
A secretaria de Segurança Pública da Bahia divulgou nesta sexta que a Corregedoria da PM instaurou inquérito para apurar a conduta de equipe da Rondesp BRS, e que a Corregedoria Geral da SSP também instaurou um processo de acompanhamento do caso.
O coordenador de Repressão a Extorsão Mediante Sequestro, Adailton Adan, que prendeu na quinta-feira (21) o PM suspeito de extorsão mediante sequestro em Camaçari, cidade que fica na região metropolitana de Salvador, falou dos esforços das autoridades para combater os crimes.https://a8168d4c4a7cd7f989f33b48da6e2239.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
“Nós temos aí mais de 50 mil homens e mulheres das forças policiais que saem das suas casas, deixam suas famílias todos os dias para proteger o cidadão, levar segurança à sociedade”, afirmou.
Confira casos recentes:
Em 26 de fevereiro desse ano, sete policiais militares foram presos em uma operação do Ministério Público da Bahia e da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) que aconteceu em seis cidades baianas entre o sul e sudoeste do estado. Todos suspeitos de integrar uma milícia.
Em 20 de agosto, um policial militar foi preso em Salvador suspeito de integrar uma quadrilha envolvida em extorsões mediante sequestro. Na casa de um comparsa que não foi encontrado, foram apreendidas armas, munições e até uma granada.
Em 7 de outubro, armas e coletes a prova de balas foram aprendidos com um policial militar e um ex-pm presos em Feira de Santana. Eles são suspeitos de matar um homem em Petrolina, no estado de Pernambuco.
G1