Se você acha que piratas só existem em filmes de Hollywood, usando perna de pau e papagaio no ombro, infelizmente, a realidade é outra. Eles estão aqui.
Local de importância histórica, e referência de navegação tranquila, a Baía de Todos os Santos tornou-se alvo constante da ação de marginais que atuam como piratas, assaltando lanchas, veleiros, e demais embarcações. Muitas vezes agindo com extrema violência, não são poucos os relatos de ocorrências, o que tem causado pânico entre navegadores, daqui e de fora.
Só do dia 31/12 pra cá, 03 casos já foram registrados próximo à Itaparica. Em um deles, bandidos se aproximaram de uma lancha e renderam as vítimas, chegando a efetuar disparos, mas por sorte, não houve feridos. Em outros casos, as vítimas não tiveram tanta sorte, velejadores, além de serem espancados, já foram mortos na ação dos criminosos, que muitas vezes já chegam atirando.
O mais preocupante é que as vítimas não tem a quem recorrer, a Capitania dos Portos alega que não compete a ela coibir a ação dos criminosos, embora seja de sua responsabilidade cobrar documentação das embarcações. Já a PM informa em nota que realiza patrulhamento das orlas, mas a ação ostensiva na água é somente durante alguma ocorrência, o que é difícil de acontecer já que durante os assaltos, os criminosos aniquilam qualquer forma de comunicação das vítimas.
Segundo um grupo de velejadores, os locais mais arriscados para apoitar são Itaparica, Ilha de Maré e a Prainha da Baía de Aratu. Donos de embarcações já pensam em se desfazer de seus bens já que a “resposta para o problema” parece ser “se não quiser ser assaltado, não compre lancha ou veleiro”. Mas engana-se quem pensa que isso só afeta as vítimas diretas. Toda uma cadeia de turismo é comprometida. A má fama já é conhecida internacionalmente, depois que um turista francês foi esfaqueado em seu barco. “É triste porque temos uma das melhores baías do mundo para se navegar e com enorme potencial turístico, mas hoje causa medo em qualquer um. Todo navegador do Brasil sabe hoje que aqui não é um lugar seguro. Por isso, se não for em um local com segurança reforçada eu não paro. Eu que não vou arriscar a vida da minha família”, finaliza o velejador Lucas Albuquerque.
Varela Notícias