Um público fiel acompanhou a abertura do show de Baiana System com muito balanço nessa quarta-feira (29), na Praça Cairu. A banda iniciou sua apresentação com “Lucro: descomprimindo”, terceira música do álbum “Duas cidades”, lançado esse ano. Essa já é a quarta participação da banda no Réveillon de Salvador.
O guitarrista Roberto Barreto informou que a banda deve lançar uma faixa musical antes do Carnaval. “Estamos sempre produzindo coisas novas. Lançamos uma faixa instrumental dentro da música ‘Forasteiros’ recentemente. O nosso processo de composição de show é assim: as coisas são colocadas no show primeiro e depois a gente grava, o que é bem diferente dos outros mercados. Eu já saio cantando as letras para sentir se dá ou não dá, para depois gravar. É um processo de inovação, a gente está sempre mutante dentro dessa busca por resposta”.
O vocalista Russo Passapusso também criticou a obrigação de lançar músicas em determinados momentos. “As pessoas dão um clima sazonal para as composições, por exemplo, uma música para o inverno, outra para o verão, deixa de ser uma música de sentimento. Fugir desse sazonal é dar mais espaço para a composição artística mesmo, para a poesia e tudo mais”, disse.
Os músicos disseram que não esperavam o atual sucesso que a banda está fazendo, que lhes renderam inclusive dois prêmios musicais esse ano, e relembraram os perrengues dos primeiros carnavais. “O Carnaval da Baiana teve um começo que não tinha ninguém atrás. O pessoal subia em árvore, mandava a gente ir embora, público do camarote virava as costas, a gente cantava olhando pro céu e, de repente, as pessoas começaram a entender o código. Nós passamos por muito momento de sufoco, mas a arte precisa ser bonita para ser arte. O que eu mais gosto é que a gente seguiu o lance da intuição, de deixar a coisa acontecer”, completou o vocalista.
Foto: Max Haack / Agecom