Que o mau funcionamento do intestino impacta diretamente a qualidade de vida já é algo que todos já sabemos. Nos sentimos desconfortáveis com o próprio corpo e, consequentemente, mal-humorados. Nas crianças, a situação é ainda mais complicada, porque os pequenos, muitas vezes, não sabem expressar o que sentem. A pediatra Maria Amparo Martínez Descalzo, do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, conta a situação afeta, inclusive, a nutrição das crianças, e dá dicas para os pais ficarem atentos.
— Os pais podem perceber que o mau humor é decorrente do mau funcionamento intestinal quando a criança arrota com muita frequência; regurgita, mesmo não sendo bebê; apresenta distensão abdominal; sente fome, mas não consegue se alimentar direito. Em casos da síndrome do cólon irritável, o mau humor aparece sempre em situações de estresse, como em viagens e provas escolares.
Segundo a especialista, vários fatores podem provocar o mau funcionamento do intestino nas crianças. Algumas doenças congênitas, como o megacólon congênito, más-formações do trato gastrointestinal; algumas síndromes, como síndrome de Down; intolerância a alguns alimentos, como a lactose, glúten; alergias alimentares; parasitoses, entre outras.
— No entanto, nas crianças que não têm nenhum problema orgânico, normalmente o que causa o problema é a dieta inadequada, rica em carboidratos e pobre em fibras e frutas; não tomar água como um hábito cotidiano. Além de problemas psicológicos, como ansiedade, e uso de alguns medicamentos.
O que fazer para aliviar os sintomas?
A pediatra esclarece que medidas simples como massagens no abdomen em sentido horário, calor local e medicamentos recomendados pelo médico ou pediatra para auxiliar na eliminação de gases e ajudar no processo digestivo. O mais importante é evitar as situações que determinam e/ou favorecem o mau funcionamento do intestino na criança e no adolescente.
As principais medidas são:
– Observar quais são as situações que favorecem o aparecimento e/ou pioram os sintomas;
– Observar se o padrão de evacuação e as fezes estão dentro do normal. Se não estiverem, consultar o pediatra;
– Garantir uma dieta balanceada e adequada para a idade;
– Estimular a ingestão de água ao longo do dia, em detrimento aos sucos industrializados e refrigerantes;
– Estimular atividades físicas;
– Prestar atenção no estado emocional dos filhos, principalmente nas fases pré-púbere [antes da puberdade] e na adolescência;
– Fazer acompanhamento médico nos casos crônicos e recorrentes;
– Manter acompanhamento regular de pediatria até aos 12, 13 anos e com hebiatra na adolescência.
R7